Sobre Espiritismo    
Claudio C. Conti    



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Escolhemos Ser Criados?

Divulgação Espírita
Todo Cuidado é Pouco

ANIMAIS E VEGETAIS


12/01/2010

Primeiramente, é preciso tecer alguns comentários a respeito do processo evolutivo do espírito e sua relação com o vegetal e animal.

Para iniciarmos o estudo, gostaríamos de retroceder a questão 598 do LE.

598. Após a morte, conserva a alma dos animais a sua individualidade e a consciência de si mesma?

“Conserva sua individualidade; quanto à consciência do seu eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente.”

Por esta questão, podemos verificar que, seja lá o que for, não vamos tentar nenhuma definição pelo momento, mas, seja lá o que for que habita nos corpos dos animais possuem uma individualidade, constituem unidades distintas, com cada ser apresentando características particulares. Também se pode perceber que este ser possui uma inteligência, ainda não se manifesta com toda intensidade, é latente.

Recorrendo novamente ao Livro dos Espíritos, parte primeira, DOS ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO, na questão 27, onde Kardec pergunta o seguinte:

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?

“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.

O que seria, então, o “ser”, a “inteligência em estado latente”, que habita nos corpos dos animais e que os Espíritos se referenciaram? Seria Deus? Não, Deus é único. Este “ser” seria então matéria? Não, pois matéria não possui inteligência nem em estado latente. Seria então Espírito?

Para responder a esta pergunta, vamos recorrer novamente à obra básica da Doutrina, onde, felizmente, encontramos respostas para, se não todas, quase todas as perguntas. Vejamos na questão 606.

606. Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?

“Do elemento inteligente universal.”

Se ponderarmos a respeito e partindo do princípio que Deus não faz coisas inúteis, poderíamos dizer que todos os Seus atos e criação seriam da forma mais racionalizada e otimizada possível.

É difícil concebermos a idéia de um Deus agindo de forma diferente, então, resta a questão: Seria lógico Deus criar uma fonte de inteligência para espíritos humanos e outra fonte para os “seres”, entre aspas, que habitam os corpos de animais? Haveria algum impedimento para os dois surgirem da mesma fonte, terem a mesma origem?

Quando Kardec fez esta pergunta aos Espíritos, se a inteligência do homem e dos animais emanam de um único princípio, eles disseram o seguinte:

“Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.”

Todavia, ainda existe outra grande pergunta: Qual a finalidade da existência dos animais? Para que os animais foram criados? Para entreter os homens? Para ajudar-nos nos trabalhos? Os cães serão cães para todo o sempre? A que leis estarão eles sujeitos?

Desde quando foi possível a existência de vida no nosso planeta que existem seres vegetais e animais, seres que sequer chegamos a conhecer enquanto vivos, animais que apenas sabemos que pisaram neste solo pelos restos dos seus corpos que se transformaram em fósseis e que hoje a paleontologia vem decifrar os seus mistérios. Uma quantidade impressionante de espécies completamente extintas. O que será que aconteceu com os seres inteligentes, ou, para usar a mesma linguagem de Kardec, a alma dos animais que neles habitavam?

Pensemos: se cães forem sempre cães, dinossauros serão sempre dinossauros. Terão um fim estas almas dos animais?

Para esta pergunta somente podem existir duas respostas: sim ou não, não há lugar para mais ou menos, ninguém está mais ou menos morto ou mais ou menos extinto, podem estar em vias da morte ou em vias da extinção. Portanto, a resposta é sim ou não.

Continuemos pensando...

Sendo Deus soberanamente justo e bom, como poderia alguém soberanamente bom criar seres para experimentarem a dor e o sofrimento por um tempo relativamente curto e depois desaparecerem? Pensem nos animais que servem de alimentos para outros, seria esta sua única finalidade?

Diante destas ponderações, acredito que somente possamos chegar a duas conclusões:

1- As almas dos animais não tem um fim, o que está em acordo com a bondade divina.
2- A alma dos animais não permanecem sempre na mesma espécie, senão as almas dos dinossauros teriam se extinguido, o que não está de acordo com a primeira conclusão.

Mediante estas meditações estaremos aptos a entender algumas questões do Livro dos Espíritos:

601. Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva?

“Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidores inteligentes.”

602. Os animais progridem, como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas?

“Pela força das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação.”

Por estas questões vemos que tanto os animais quanto os homens estão sujeitos ao progresso. Foi dito anteriormente que Deus não faz coisas inúteis e age sempre de forma racional. Então, novamente perguntamos: Por que haveria Ele de criar regras diferentes para suas criações?

Como os animais estão sujeitos à lei do progresso, conforme eles evoluem vão, gradativamente, atingindo patamares mais altos e, conseqüentemente, vão buscar nas diferentes espécies as condições necessárias ao seu grau evolutivo, de forma a não estagnarem e continuarem sua evolução, em outras palavras, cada espécie é capaz de fornecer condições para que a alma do animal, lembrando que estamos usando a mesma terminologia de Kardec, para que este possa evoluir até um certo limite, após este limite, esta alma necessitará de outra espécie.

Diferentemente da raça humana, as espécies dos animais não evoluem, elas podem se adaptar a alguma mudança de seu habtat, e elas se adaptam para sua sobrevivência, o que não é a mesma coisa que evolução, a “alma do animal” usa da espécie para sua evolução e, quando esta não lhe é mais útil, passa a usar outra espécie que seja superior na escala. Obviamente que eles não tem condições de escolher qual espécie deverão encarnar, sua inteligência ainda se encontra em estado latente, provavelmente esta classificação é realizada por espíritos encarregados da tarefa de assistência aos animais.

Mas Kardec, felizmente para nós, não ficava satisfeito muito facilmente com as respostas recebidas, sua mente de pesquisador buscava sempre complementar os ensinamentos recebidos pelos espíritos para que pudesse completar o raciocínio da melhor forma possível e, graças a esta mente perspicaz, era capaz de enxergar os pontos que necessitavam de maior esclarecimento. Retornando a questão lida anteriormente, de número 601, na resposta os espíritos afirmam que os animais são sempre inferiores ao homem. Novamente, baseando-se na bondade divina, Kardec pergunta, na questão 604:

604. Pois que os animais, mesmo os aperfeiçoados, existentes nos mundos superiores, são sempre inferiores ao homem, segue-se que Deus criou seres intelectuais perpetuamente destinados à inferioridade, o que parece em desacordo com a unidade de vistas e de progresso que todas as suas obras revelam.

“Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis apreender. Assim, as coisas aparentemente mais díspares têm pontos de contacto que o homem, no seu estado atual, nunca chegará a compreender. Por um esforço da inteligência poderá entrevê-los; mas, somente quando essa inteligência estiver no máximo grau de desenvolvimento e liberta dos preconceitos do orgulho e da ignorância, logrará ver claro na obra de Deus. Até lá, suas muito restritas idéias lhe farão observar as coisas por um mesquinho e acanhado prisma. Sabei não ser possível que Deus se contradiga e que, na Natureza, tudo se harmoniza mediante leis gerais, que por nenhum de seus pontos deixam de corresponder à sublime sabedoria do Criador.”

E para completar esta questão há ainda duas outras.

607. Dissestes (190) que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?

“Numa série de existências que precedem o perí odo a que chamais Humanidade.”

a) - Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?

“Já não dissemos que todo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza. Nessa origem, coisa alguma há de humilhante para o homem. Sentir-se-ão humilhados os grandes gênios por terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram? Se alguma coisa há que lhe seja humilhante, é a sua inferioridade perante Deus e sua impotência para lhe sondar a profundeza dos desígnios e para apreciar a sabedoria das leis que regem a harmonia do Universo. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da Sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”

Gostaríamos ainda de ressaltar a questão 609:

609. Uma vez no período da humanidade, conserva o Espírito traços do que era precedentemente, quer dizer: do estado em que se achava no período a que se poderia chamar ante-humano?

“Conforme a distância que medeie entre os dois períodos e o progresso realizado. Durante algumas gerações, pode ele conservar vestígios mais ou menos pronunciados do estado primitivo, porquanto nada se opera na Natureza por brusca transição. Há sempre anéis que ligam as extremidades da cadeia dos seres e dos acontecimentos. Aqueles vestígios, porém, se apagam com o desenvolvimento do livre-arbítrio. os primeiros progressos só muito lentamente se efetuam, porque ainda não têm a secundá-los a vontade. Vão em progressão mais rápida, à medida que o Espírito adquire perfeita consciência de si mesmo.”

No livro A Caminho da Luz, ditado pelo espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, principalmente no capítulo II, consta que a elaboração das formas, isto é, a constituição orgânica dos habitantes da Terra, foi elaborada paulatinamente, segundo as necessidades, por espíritos mais evoluídos sob a direção de Jesus. Portanto, a ciência apresenta a evolução das espécies apenas sob o ponto de vista orgânico. O Espiritismo, por sua vez, apresenta tanto o processo orgânico quanto espiritual.



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AINDA ANIMAIS E VEGETAIS


20/01/2010

Muitas vezes ouvimos ou lemos, em estudos espíritas, que Jesus nunca errou ou que sua evolução ocorreu em linha reta. A própria razão nos conduz ao raciocínio de que tal assertiva é realmente um equívoco, o que, de modo algum, denigre a imagem de Jesus.

Como sabemos, Jesus foi o espírito mais evoluído que já esteve encarnado na Terra, portanto, nenhum outro poderia afirmar como foi o processo evolutivo de Jesus pelo simples fato de não haver ninguém que o saiba além do próprio Jesus. Pela sua própria conduta, seria difícil de acreditar que Jesus, exemplo de humildade e mansuetude, diria que ele nunca tenha errado. Como todo e qualquer espírito, Jesus foi criado simples e ignorante e, por isso mesmo, cometeu erros e equívocos ao longo de sua jornada evolutiva.

Os erros são naturais ao longo do processo evolutivo, afinal o espírito não é detentor do conhecimento absoluto, apenas Deus o é. Contudo, o grande equívoco está em permanecer no erro, isto é, após o aprendizado, o espírito (pelas suas más tendências) não despender esforços para a devida corrigenda. Afinal: “Conhece-se o verdadeiro espírita PELO ESFORÇO QUE FAZ EM DOMAR SUAS MÁS TENDÊNCIAS”.

Sob este aspecto, muita coisa ainda não está completamente clara sobre a questão dos animais, vegetais e, inclusive, a estada do espírito no mineral. Contudo, estamos em condições de algumas ilações.

Primeiramente, devemos supor que o espírito no reino mineral não estaria “encarnado”, isto é, não há a ligação molécula a molécula entre o perispírito e a estrutura do mineral. Todavia, devemos lembrar que o espírito é criado simples e ignorante, isto é, não tem conhecimento e, por isso mesmo, necessita aprender. A forma que o espírito dispõe para iniciar seu aprendizado visando a estruturação do perispírito e corpo físico no mundo que irá habitar é de iniciar com as leis químicas e físicas do planeta –ele irá aprender estas leis observado os processo no mineral. Desta forma, podemos supor que o espírito apenas observa enquanto estiver presente no mineral sem, contudo, agir, isto é, não poderá alterar estas mesmas leis que mantém o planeta e seres em existência estável, da mesma forma que não é permitido a uma criança dirigir um automóvel, por exemplo. Vale ressaltar que nem todo mineral apresenta um espírito associado.

Após o período de aprendizado, o espírito terá maior capacidade de ação, em várias etapas, até chegar ao vegetal. A capacidade de ação do espírito ainda é muito limitada nesta condição.

Depois, mais depurado, habitará corpos de animais. Nesta condição, sua capacidade de ação é bastante aumentada. No estado selvagem, os animais são ainda muito embrutecidos, etapa necessária para o desenvolvimento de sua inteligência desenvolvida na manutenção da sobrevivência. Na condição domesticada, os animais têm oportunidade de maior aprimoramento no contato com seres humanos. Nesta etapa é que o animal, quando instigado à agressividade, necessitará de reajustamento (não estamos falando em expiação, pois os animais não estão sujeitos aos processos expiatórios. Contudo, o mesmo não ocorre com o ser humano responsável pelo animal em questão).

Na condição de mineral, vegetal ou animal o espírito não está sujeito aos processos expiatórios pelo simples motivo de não existir certo ou errado para eles, apenas seguem o impulso natural de manutenção da sobrevivência. Em outras palavras: nestas etapas de seu desenvolvimento o espírito não erra.

O mesmo pode-se dizer dos estágios iniciais no reino hominal. O espírito deverá, primeiramente, desenvolver e aprimorar sua capacidade de raciocínio para estar em condições de estabelecer uma relação entre certo e errado.

Recorrendo ao Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 3, item 14, temos que:

“Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem OS infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.”

Percebemos por estas linhas do ESE que o processo expiatório somente tem início quando há a obstinação no mal, isto é, teimam em permanecer no estado de alienação para as verdades do espírito.

Assim sendo, podemos conceber a idéia de um espírito que não tenha se mantido no equívoco por tempo além do necessário para o aprendizado, porém, não podemos imaginar um espírito que nunca tenha errado.

Sugerimos a leitura completa do capítulo 3 de O Evangelho Segundo o Espiritismo.



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FIM DO MUNDO... SERÁ?


30/01/2010

Desde sempre houve profecias sobre o final dos tempos, quando o mundo acabaria. Este tema é sempre mais intenso no período que antecede a passagem de um milênio para outro, mas é motivo para incitar o imaginário humano em qualquer época.

Basta ler os noticiário para verificar que o mundo está em transformação: reuniões com os líderes mundiais são realizadas para debater as mudanças climáticas; cientistas alertando para o aquecimento global; degelo nos pólos sul e norte, etc.

Todavia, o planeta, ou melhor, o nosso universo conhecido está e sempre esteve em transformação. Basta manter certa frequência na leitura da seção de ciências nos mesmos periódicos para ver notícias sobre estrelas surgindo e se apagando. Estas notícias são relativas apenas ao que o homem consegue perceber, pois se considerarmos o universo conhecido como um todo, estes processo ocorrem a todo momento e em muito maior escala.

Por que se preocupar com o fim do mundo antes de se preocupar com tantas outras coisas primeiro.

Baleias continuam sendo caçadas por capricho; touros são mortos ou maltratados por diversão, tais como touradas e rodeios; animais são mortos por ignorância dos povos enquanto os mais adiantados não “perdem” tempo em instruí-los; pessoas são mortas decorrente de imprudência no trânsito e exageros de todos os tipos, tais como bebidas e drogas; etc.

Se as mudanças climáticas estão na pauta atualmente é decorrente da política do lucro cada vez maior em detrimento de qualquer outra coisa.

O espírito vivente, encarnado ou não, em um mundo de expiação e provas é assim, apresenta certas características peculiares que o colocam exatamente nestas situações desconfortantes para perceber que passou a hora da mudança pessoal.

O mundo de expiações e provas não é um estágio do desenvolvimento evolutivo, mas uma situação em que o espírito se coloca devido aos excessos e a permanência além do necessário na ignorância por falta de esforço pessoal.

Alguns pontos podem ser ressaltados:

- As transformações do planeta estão acontecendo sem a necessidade de profecias ou algo do gênero.
- Quando vemos reuniões mundiais com os líderes dos vários países, a preocupação de cientistas, as reportagens sobre as mudanças climáticas, devemos nos perguntar o motivo de tantas comoções.
- Sem sombra de dúvidas o planeta está em transformação pelo simples motivo de que nunca cessaram estas transformações.
- Como toda a estrutura material é mantida e influenciada pelo pensamento dos espíritos, devemos considerar que esta influência ocorre sempre, por isso, nunca ficará estagnada.
- Muitos cataclismos já ocorreram em tempos passados, dizimando a vida no planeta quase por completo e motivo não haveria para que não ocorresse novamente.

Contudo, a evolução ocorre de forma coletiva, porém não nos mantemos presos a esta coletividade. Isto significa que devemos seguir o nosso caminho, tentando, obviamente, auxiliar aos que encontramos, mas devemos seguir em frente, independentemente do que dizem ou fazem. Jesus disse que se tivermos a fé do tamanho de um grão de mostarda, nada nos seria impossível, portanto, é preciso exercitar a fé e, neste exercício, não nos preocuparmos com profecias ou coisas do gênero, pois não temos a menor idéia se são verdadeiras ou não. Falando francamente, e se for verdade, o que importa? Somos seres eternos e não morreremos nestes cataclismos. Podemos já estar muito distantes quando acontecer ou poderemos estar presente, mas não morreremos. Não vale a pena se preocupar, mas arregaçar as mangas e trabalhar.

Não vamos nos preocupar e desperdiçar tempo com mensagens alarmistas, apenas sigamos em frente mantendo a paz e harmonia no coração.



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MEDIUNIDADE EN CRIANÇAS


16/02/2010

Uma questão que muitas vezes nos deparamos é sobre a possibilidade da mediunidade surgir quando o indivíduo ainda é criança. Algumas perguntas surgem, tais como:

1) É possível que uma criança vivência fenômenos mediúnicos?
2) Qual a idade mínima para que isto ocorra?
3) Como devemos proceder com uma criança?
4) Como Deus permite que isto ocorra?

Apesar da dificuldade comum de aceitação sobre a comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, acreditando se tratar de uma anomalia, os processos envolvidos na mediunidade são os mesmos que ocorrem no mais comum e normal meio de comunicação entre dois seres, sejam em que condições estejam: a interação mental ou psíquica que compartilhamos entre todos os seres vivos.

Todos os seres se comunicam entre si e o termo “mediunidade” é utilizado para a comunicação entre o encarnado e o desencarnado. Contudo, é preciso salientar que todos possuem esta capacidade, porém, comumente se denomina de médium ostensivo aquele que apresenta a possibilidade da comunicação consciente, traduzindo em palavras, sejam escritas ou faladas, a mensagem que o espírito desencarnado ou emancipado deseja transmitir. Esta é a característica de apenas um pequeno grupo, comparativamente à toda a população, e, por isso, muitas vezes não reconhecida e não aceita.

Diante de um médium ostensivo, o leigo acredita se tratar de perturbação mental que necessita de terapêutica médica. Apesar do acompanhamento médico ser muito interessante neste processo, é necessário o cuidado de selecionar um profissional com conhecimento dos diferentes meios de comunicação entre espíritos para evitar diagnóstico equivocado. Contudo, a terapêutica espírita é de fundamental importância para o ajustamento do indivíduo com a faculdade em questão.

Sendo a mediunidade um processo normal e comum, ela pode surgir de forma mais intensa em pessoas de qualquer idade, inclusive crianças, desta forma, não haveria uma idade mínima para que os processos tenham início.

Tratando-se de processos normais, como já foi salientado, devemos proceder da forma mais natural possível diante de uma criança ou jovem que vivencie fenômenos mediúnicos, pois estes são mais facilmente excitáveis, demonstrando tranquilidade e assegurando que ela é compreendida nas dificuldades iniciais que encontrará.

A frequência em um centro espírita idôneo e a leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo no lar será de grande auxílio para toda a família. Caso apresente momentos conturbados, a leitura de páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo na cabeceira da cama, enquanto a criança está adormecida, trará resultados positivos para sua pacificação e amenização dos fenômenos.

A faculdade mediúnica é uma benção, embora muitos não concordem devido à falta de entendimento sobre o assunto. Sendo uma benção, não haveria motivo para que Deus não permitisse sua ocorrência mais intensa naqueles que a necessitam para seu aprimoramento pessoal, incluindo jovens e crianças de qualquer idade.



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OUIJA


14/03/2010

A ouija é composta por um tabuleiro com letras e números além de uma peça solta sobre a qual é posicionada o dedo ou a mão que se moverá livremente apontando letras e/ou números para formar uma palavra ou informação qualquer. Supostamente, a ouija é utilizada para a para a comunicação com os mortos.

Algo similar a opija foi utilizada por Kardec após os primeiros contatos com as manifestações espirituais. Primeiramente ele observou os espíritos respondendo a perguntas através de pancadas no chão com as mesas que se erguiam. Posteriormente, visando aprimorar as respostas dadas pelos espíritos, Kardec elaborou um processo de comunicação igual ou muito semelhante à oija. Contudo, com a evolução do conhecimento e várias abordagens diferentes visando agilizar e aprimorar o processo de comunicação, Kardec percebeu que o melhor e mais fácil meio de comunicação é a prsicografia, procedimento em que o médium toma de um lápis ou caneta e passa a escrever o que é “ditado” pelo espírito.

Como a oija é um método grosseiro de comunicação, percebemos que apenas aqueles que se encontram também em estado grosseiro usariam deste procedimento para comunicar-se. Via de regra, são médiuns que não estudaram os processos de intercâmbio com o plano espiritual, portanto, não possuem conhecimento e visam apenas divertimentos e/ou finalidades fúteis, sem elevação de propósitos. Apenas espíritos que se identificam com estes propósitos se apresentam para responder qualquer pergunta deste gênero. Verifica-se, então, que apenas espíritos também com pouco conhecimento se prestariam a estas seções.

O contato com espíritos de pouca elevação para fins sem propósito útil é altamente desaconselhável.

Todavia, o método de psicografia não garante que as comunicações sejam de alto teor ou ditadas por espíritos elevados. Por este motivo, mesmo com as melhores intenções, Kardec poderia ter sido enganado, como qualquer outra pessoa. Exatamente por este motivo é que Kardec, não sendo médium ostensivo ele próprio, recorreu não apenas um médium, mas vários para comparar respostas.

Obtendo informação através de vários médiuns e de vários espíritos, Kardec elaborou um sistema de comunicação que inviabilizava a interferência de espíritos ignorantes e/ou brincalhões nas comunicações que constariam do Pentateuco Espírita, a saber: O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Céu e o Inferno e; A Gênese.

O procedimento adotado por Kardec é demonstrado nas seguintes passagens:


O Livro dos Espíritos
Parte 2 Cap. V item 222

Circunstância digna de nota é que não só neste livro os Espíritos a ensinaram no decurso dos últimos tempos: já antes da sua publicação, numerosas comunicações da mesma natureza se obtiveram em vários países, multiplicando-se depois, consideravelmente. Talvez fosse aqui o caso de examinarmos por que os Espíritos não parecem todos de acordo sobre esta questão. Mais tarde, porém, voltaremos a este assunto.

Prolegômenos

Este livro é o repositório de seus ensinos. Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.

Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria. Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados. Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro...


O Livro dos Médiuns
Cap. XXXI, item XXVIII

NOTA. A melhor garantia de que um princípio é a expressar da verdade se encontra em ser ensinado e revelado por diferentes Espíritos, com o concunso de médiuns diversos, desconhecidos uns dos outros e em lugares varios, e em ser, ao demais, confirmado peta razão e sancionado pela adesão do maior número. Só a verdade pode fornecer raízes a uma doutrina. Um Sistema errôneo pode, sem dúvida, reunir alguns aderentes; mas, como lhe falta a primeira condição de vitalidade, efêmera será a sua existência. Não há, pois, motivo para que com ele nos inquietemos. Seus próprios erros o matam e a sua queda será inevitável aos golpes da poderosa arma que é a lógica.


Ao longo do tempo muitos pensadores e cientistas tentaram encontrar explicações para os movimentos dos abjetos, como as mesas girantes, e os fenômenos mediúnicos de uma forma geral, explicações estas que não incluíam a ação de seres extracorpóreos. Vale lembrar que até mesmo o próprio Kardec, ao ouvir sobre as mesas que se movimentavam sem nenhuma ação aparente, creditou o fato a um fenômeno magnético ou elétrico qualquer que ainda não havia sido descoberto. Kardec somente se interessou pelo fenômeno quando foi informado que as mesas respondiam as perguntas que lhe eram dirigidas.

De pelo menos uma coisa precisamos considerar: se houvesse a possibilidade de elevar uma mesa apenas com os processos descritos nestas explicações e que realmente fossem válidas, seria possível economizar muita energia, não seria mais necessário o elevador, escada rolante, guindastes, etc.

Kardec, em O Livro dos Médiuns Cap. IV - Dos Sistemas, aborda e analisa vários dos sistemas que surgiram na época para explicar as manifestações. Contudo, apenas o Espiritismo apresenta um livro completo sobre o tema, contendo explicações nos menores detalhes.



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CUIDADOS NO DESDOBRAMENTO


28/03/2010

A mediunidade de desdobramento necessita de alguns cuidados para evitar algumas surpresas desagradáveis que possam surgir no caminho. A presença dos mentores deve sempre ser a premissa básica para qualquer processo mediúnico e sempre caberá ao médium reconhecer a sua presença antes de permitir que o processo se estabeleça.

Durante o êxtase, o espírito se encontra em grande liberdade, podendo alçar vôos mais longos e muito distantes, podendo ir a outros mundos, inclusive mundos mais elevados onde, diante da beleza e felicidade que lá existem, pode não desejar voltar. Contudo este mundo não é o seu lugar. Caso o desejo seja intenso poderá ocorrer a desencarnação, o que, nesta condição seria um tipo de suicídio. Este é um perigo iminente para o médium

No caso do sonambulismo, a alma não se encontra tão liberta quanto no êxtase, mas é suficiente para jornadas distantes, indo até outras regiões do orbe. No livro Nos Domínios da Mediunidade, cap. 11, o Assistente que conduzia a orientação de André Luiz diz que Raros Espíritos encarnados conseguem absoluto domínio de si próprios, em romagens de serviço edificante fora do carro de matéria densa. Habituados à orientação pelo corpo físico, ante qualquer surpresa menos agradável, na esfera de fenômenos inabituais, procuram instintivamente o retorno ao vaso carnal, à maneira do molusco que se refugia na própria concha, diante de qualquer impressão em desacordo com os seus movimentos rotineiros.

Ainda no mesmo capítulo, o médium em desdobramento sonambúlico reage aos locais por onde passa com as seguintes palavras: Seguimos por um trilho estreito e escuro!... Oh! Tenho medo, muito medo... Rodrigo e Sérgio amparam-me na excursão, mas sinto receio!... Tenho a idéia de que nos achamos em pleno nevoeiro... Estampando no rosto sinais de angústia e estranheza, continuava:- Que noite é esta?... A escuridão parece pesar sobre nós!... Aí de mim! Vejo formas desconhecidas agitando-se em baixo, sob nossos pés!... Quero voltar!... voltar!... Não posso prosseguir!... não suporto, não suporto!...

Descrição semelhante pode ser encontrada no livro Os Mensageiros, também de André Luiz. Percebe-se que o espírito não acostumado encontra dificuldades em viagens para locais mais distantes devido as várias regiões de trevas ainda existentes no nosso orbe ou qualquer outro mundo que seja de nível evolutivo compatível com o nosso.

Quanto ao desdobramento durante o sono, a emancipação é ainda menor que no caso do sonambulismo, portanto não tem condições de ir a lugares muito longes, o que dificulta a peregrinação até locais que lhe são inabituais. Desta forma, o espírito se mantém ligado aos seus interesses mais comuns, não havendo muito espaço para surpresas. Todavia, isto não significa que não possam ocorrer imprevistos quando, por um motivo qualquer, se vai até um local não muito bom como tantos disponíveis aos encarnados.

Em todos os casos teremos o auxílio de espíritos que nos desejam o bem e, nos casos que partimos a trabalho, teremos o auxílio dos trabalhadores responsável pela tarefa a realizar. Cabe-nos ouvir o que eles nos instruem para termos noites proveitosas e tarefas bem executadas. A prece ao deitar nos possibilita o amparo e encaminhamento por parte dos mentores.



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CHICO XAVIER


18/04/2010

Estamos vivenciando um momento que requer dos espíritas muita serenidade no trato com aqueles que não são espíritas e, inclusive, com tantas pessoas simpatizantes do Espiritismo, mas que não se detém ao estudo e ao aprofundamento dos seus princípios básicos.

Na comemoração dos 100 anos do nascimento de Chico Xavier é natural que muitas reportagens sejam divulgadas na imprensa convencional e não apenas da imprensa espírita, especialmente com o filme sobre a vida do médium em cartaz pelo Brasil afora. Desta forma, muitos daqueles que escrevem não são detentores de profundo conhecimento sobre o assunto o que em hipótese alguma caracteriza má fé ou intensão de denegrir imagens, seja de quem for.

Chico Xavier foi e sempre será um modelo de mansuetude, disseminado a paz no coração de todos aqueles que tiveram oportunidade de estar em sua presença, ouvir sua voz ou, até mesmo, ler os livros por ele psicografados.

Acreditamos que, após trabalho árduo ao longo de toda a sua vida e de tantas dificuldades enfrentadas, a única coisa que ele não gostaria é de que embates fossem travados em seu nome.

Devemos lembrar que, no início de seu apostolado, os próprios espíritas não entenderam a extensão do que seria sua obra, relegando os seus livros ao descaso. Lembremos ainda que os próprios espíritas não aprenderam a lição e repetiram o mesmo procedimento com Yvonne Pereira, cujas obras também foram desprezadas.

Se os espíritas cometem grandes equívocos de entendimento com relação aos divulgadores do Espiritismo, o que não esperar dos leigos, mas que, até provem o contrário, agem de boa fé?

"Bem aventurados os que são misericordiosos" bem disse Jessus. Usemos, pois, de misericórdia e entendimento para que, quando for necessário, estejamos em condições de esclarecer aqueles que procuram a Doutrina Espírita para alento aos sofrimentos ou desejosos de esclarecimentos sobre as questões do espírito.

Paz e harmonia sob qualquer situação.



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CIÊNCIA E MEDIUNIDADE


18/05/2010

A Doutrina Espírita, apresentada a Kardec e por ele codificada, é constituída de três componentes, a saber: Ciência, Filosofia e suas Consequências Morais.

A Ciência Espírita, portanto, é baseada na observação dos fenômenos envolvendo espíritos desencarnados no campo dos espíritos encarnado. O “O Livro dos Médiuns”, livro responsável pela elaboração das leis que regem os fenômenos mediúnicos, foi desenvolvido a partir da análise dos fenômenos por Kardec e as perguntas dirigidas aos espíritos, tanto mentores quanto menos evoluídos. Portanto, este livro é um bom exemplo da abordagem científica para o entendimento da mediunidade.

André Luis, no livro Mecanismos da Mediunidade, utiliza o conhecimento científico na área da Física disponível em meados do século XX para promover o melhor entendimento dos fenômenos mediúnicos para que os praticantes da mediunidade estejam mais aptos e melhor informados a respeito dos procedimentos e processos envolvidos em tão sério trabalho.

Vianna de Carvalho, no livro Médiuns e Mediunidade, utiliza conhecimento mais recente, especialmente no campo da psiquiatria, para expor as dificuldades e cuidados necessários na prática deste mister.

A mediunidade, portanto, deve ser praticada com muito boa vontade e grande amor, especialmente no trato com espíritos sofredores nos mais variados matizes, incluindo os denominados obsessores. Contudo, é imperativo o conhecimento das técnicas envolvidas para sua prática segura, facultando maiores oportunidade de aprendizado para o próprio médium. O conhecimento é fundamental não apenas para os médiuns ostensivos, mas, inclusive, para os dirigentes dos trabalhos envolvendo a mediunidade.



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AÇÕES EM TRANSE


10/06/2010

A mediunidade em si é neutra podendo, assim, ser utilizada para fins bons ou maus. Neste sentido, a plicação dada a mediunidade por um médium qualquer sempre será relativo aos ideais que este abraçar. Médiuns voltados para a prática do bem usarão a mediunidade de forma salutar enquanto que aqueles voltados para práticas não boas usarão a mediunidade que apresente para finalidades negativas.

O ideal do médium e sua decisão de trabalho corresponderá ao tipo de espírito com quem se ligará. Desta forma, médiuns voltados para o bem se ligarão a espíritos voltados para o bem, enquanto que médiuns voltados para fins de baixo teor se ligarão a espíritos menos bons.

De qualquer forma, o médium sempre será senhor de si, mesmo quando incorporado, isto siginifica que um espírito qualquer, ao incorporar em um médium, não conseguirá agir contrário a condição moral do próprio médium.

A moral é um aquisição que não se corrompe por motivo algum. Desta forma, um médium honesto não poderá ser utilizado por um espírito que deseja cometer algo contrário a sua condição moral, tais como um roubo ou assassinato.

Mesmo no caso da incorporação, o espírito do médium tem sempre o conhecimento do que acontece.

A Lei Divina é perfeita em todos os sentidos e Deus não permitiria que seus filhos ficassem a mercê de outros espíritos em questões de tão grande importância.

No item 227 do Cap. XX d'O Livro dos Médiuns é apresentado muito claramente a ação do médium nas comunicações mediúnicas e sua relação com os espíritos:

Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.



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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO (psicofonia)


30/06/2010

A importância do estudo é decorrente do próprio processo evolutivo do espírito. A gente precisa ter em mente que não existe evolução sem conhecimento. Quando o conhecimento se mantém estagnado, acontece o mesmo com a evolução. Não é possível dissociar processo evolutivo e a aquisição de conhecimento. Então, a necessidade do estudo se faz urgente exatamente pela nossa necessidade de evoluirmos, impulsionados pela nossa própria vontade. O que isso significa?

Se nós não fizermos nada, o mundo vai nos levando e nós vamos evoluindo de qualquer forma. Mas esse processo evolutivo é muito lento, tendencioso e não é eficiente. Quando nós utilizamos a nossa vontade para evoluir, nós vamos adquirindo conhecimentos em várias áreas, por isso ele deixa de ser tendencioso. A nossa vontade nos faz procurar meios de progredir e isso faz com que evoluamos mais rápido do que se estivéssemos à deriva. Desde criança até a idade madura e até a velhice, o indivíduo em si está em constante busca por conhecimento e aperfeiçoamento.

A grande vantagem desses espíritos que se mantém ativos durante toda a vida é que, quando chega a idade mais avançada, fica mais difícil ocorrer a insanidade, as doenças degenerativas do cérebro, como mal de Alzheimer, ou o próprio esquecimento, que causa desconforto especialmente naquele que se encontra em uma idade mais avançada, e isso muitas vezes acaba levando a processos depressivos.

Então, somente por questões materiais, nós temos a necessidade do exercício mental, que é atingir a idade avançada mentalmente sãos, mentalmente capazes, processando informação, interagindo e não se tornando um vegetal ainda em vida. Para o espírito é muito importante, porque todo conhecimento adquirido, inclusive em idade mais avançada nós vamos levar conosco enquanto evoluímos. Então, não podemos achar que estamos muito velhos pra isso ou pra aquilo porque qualquer tipo de informação que venhamos a adquirir, vai permanecer conosco.

Qual a finalidade do estudo da Doutrina Espírita? Muitas vezes o indivíduo se desenvolve intelectualmente, mas sem desenvolver a parte moral, a parte necessária para que o indivíduo tenha uma vida sadia. Muitos desenvolvem o intelectual, o conhecimento acadêmico e profissional, mas não desenvolvem a parte necessária para a estabilidade emocional, para uma convivência sadia em casa, no trabalho, em sociedade.

John (espírito)

Mensagem recebido em 04/06/2010



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SENTIR-SE IMOBILIZADO DURANTE O SONO


17/07/2010

É muito comum relatos de, durante o sono, o indivíduo sentir-se preso, sem poder se movimentar.

Todas as vezes que nos preparamos para dormir, estamos, na verdade, nos preparando para um desprendimento. Durante o sono o espírito se liberta parcialmente do corpo físico, mantendo-se ligado pelo cordão fluídico, que funciona como um fio condutor, onde o espírito é capaz de receber e transmitir informações do e para o corpo físico que permanece dormindo. Desta forma, mesmo com o espírito estando afastado do corpo, este não é um navio a deriva, o capitão, que no caso é o espírito, mantém o controle sobre a situação.

Isto pode até parecer muito estranho, mas o espírito tem uma grande necessidade destes momentos de libertação, não sendo nem mesmo necessário que se esteja em sono profundo, como descrito na questão 407.


407. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?

“Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo.”



Neste estado, que é chamado de desdobramento, o espírito poderá se deslocar livremente, o cordão fluídico não exerce nenhum impedimento, haja vista que é altamente elástico, podendo se estender a longas distâncias.

É preciso ter em mente que o espírito desdobrado, podendo se deslocar livremente, irá para o local que lhe interessar. Desta forma, alguém preocupado com seu trabalho poderá, durante o sono, se ocupar de seu ofício profissional; aqueles que gostam de festas e lugares barulhentos irão, com toda certeza para boates, bares, etc.; aqueloutros que se dedicam ao estudo, irão para locais onde estejam sendo realizadas reuniões de estudo; ainda existem ocasiões que nem saem do quarto, permanecendo próximo ao corpo.

Assim, além de refazer as forças do corpo, o sono é também uma grande oportunidade do espírito se encontrar com seus entes amados que já se encontram na outra esfera de ação. É a forma de sempre nos mantermos em contato com a verdadeira realidade, que é a vida espiritual.

Embora possa parecer estranho que se diga que o espírito passeia enquanto dorme e, quando acordado, não se consegue lembrar do que aconteceu, na situação de encarnado os sentidos são muito limitados, e esta limitação é feita pelos órgãos físicos, o indivíduo comum, aquele que não possui capacidade mediúnica exacerbada, somente consegue manter a lembrança daquilo que lhe chega por intermédio dos órgãos corporais. É o que nos informa os espíritos na questão 403 de O Livro dos Espíritos.


403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?

“Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira a matéria que compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.”



Desta forma é possível usufruir os benefícios do esquecimento durante a vida terrena, pois as recordações de existências passadas poderiam comprometer o bom andamento das atribuições na presente encarnação. Consequentemente, se fosse possível a lembrança das vivências durante o período que se encontra desdobrado, ocasiões em que pode haver uma correspondência com vidas anteriores, o espírito poderia correlacionar as pessoas com quem convive com aquelas com que já viveu, o que poderia trazer graves malefícios.

Muitos acreditam que seria muito mais fácil repararem erros cometidos anteriormente se não houvesse o esquecimento completo do passado. Lendo os vários relatos que se encontra na literatura espírita, e considerando que a grande maioria ainda se encontra em níveis evolutivos muito parecidos, pode-se concluir que as histórias de muitos destas personagens dos livros representa o comum da humanidade. Seria muito desgastante se fosse possível lembrar dos absurdos que foram cometidos outrora.

Contudo, para aquele que realmente acredita na necessidade de conhecer o passado, não é necessário muito esforço, basta apenas analisar sua vida atual, suas dificuldades, seja de relacionamento ou de aceitação própria, assim como suas virtudes, para ter consciência dos tipos de erros cometidos e das aquisições.

De volta ao tema, Leon Denis, no livro O Invisível, pg. 156 e 157, dividiu os sonhos em três tipos principais:


- Sonho ordinário – puramente cerebral, simples repercussão das disposições físicas ou preocupações morais, além do reflexo das impressões arquivadas no cérebro durante a vigília.

- Primeiro grau de desprendimento – mergulha no oceano de pensamentos e imagens, que de todo lado rolam no espaço, deles se impregna, e aí colhe impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis sonhos, podendo mesclar com reminiscências de vidas anteriores.

- Sonhos etéreos – o espírito se subtrai à vida física, desprende-se da matéria, percorre a superfície da Terra e a imensidade, onde procura os seres amados e guias espirituais.


Portanto, em algumas situações, o espírito, embora desligado, mas muito próximo do corpo, consegue registrar este momento com a consciência do estado de vigília. Assim, o espírito tentar se movimentar como se estivesse em vigília, mas como ainda se encontra desdobrado, não o consegue.

A forma mais fácil de sair desta situação é manter a calma e voltar o pensamento para algo de teor elevado, tais como a imagem de Jesus e a prece.

Caso este evento volte a se repetir, embora possa parecer difícil de fazer, deve-se elevar o pensamento e fazer uma prece, pedindo ajuda a Jesus e aos mentores espirituais e poderá retornar ao corpo maior facilidade.

Sugerimos a leitura do livro No Invisível de Léon Denis, especialmente a segunda parte.



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IDADE DOS ESPÍRITOS


29/07/2010

Se todos os espíritos não foram feitos por Deus na mesma época, é certo afirmar que existem espíritos antigos e mais experientes (evoluídos) e espíritos novos e por isso menos evoluídos?

Este questionamento não é trivial e, por este motivo, não existe uma resposta rápida e direta, todavia, é possível elaborar uma linha de raciocínio para aprimorar o entendimento sem, contudo, obter uma resposta definitiva.

Quando nos referimos ao processo de criação de espíritos pela vontade de Deus utilizando termos como: "mesma época", "ao mesmo tempo", "sequencial", etc., estamos, na verdade, dizendo que Deus está subordinado ou sujeito ao tempo. A razão nos diz que, sendo Deus a causa primária de todas as coisa, seria, também, a causa primária do tempo e, por isso, não poderia estar a ele subordinado ou sob sua influência.

Partindo deste princípio temos:


a) Sendo criações de Deus, não haveriam espíritos antigos ou novos como concebemos;

b) Verifica-se que existem espíritos em diferentes níveis evolutivos.

Vemos n'O Livro dos Espíritos o seguinte:

11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
"Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá."

Comentário de Kardec sobre a questão acima: "A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem O confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz idéia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão."

78. Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade?

"Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação Sua e se acham submetidos à Sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável. Quanto, porém, ao modo porque nos criou e em que momento o fez, nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se quiseres com isso significar que, sendo eterno, Deus há de ter sempre criado ininterruptamente. Mas, quando e como cada um de nós foi feito, repito-te, nenhum o sabe: aí é que está o mistério."

Desta forma, a única conclusão acertada a que podemos chegar para a questão apresentada no início do texto é que permanece um mistério.

Para fins didáticos apenas, a criação dos espíritos é apresentada como contínua no tempo e, por isso, os diferentes graus evolutivos são decorrentes da suposta "idade" dos espíritos, mas nada de concreto sabemos a respeito.

Sugerimos a leitura dos seguintes artigos:

O Tempo
Criação do Espírito



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SEXO DOS E ENTRE OS ESPÍRITOS DESENCARNADOS


10/08/2010

Uma questão que frequentemente causa não apenas dúvidas, mas também grande consternação, é o sexo dos espíritos e práticas sexuais entre desencarnados. Outra questão relacionada com a primeira é o próprio sexo dos espíritos.

Sabemos que a morte física, momento em que o espírito se liberta do corpo físico, não o torna nem melhor nem pior do que era enquanto na condição de encarnado. A desencarnação não “santifica” o espírito, que mantém seus interesses e, na possibilidade, seus hábitos.

A providência não estipula mudanças drásticas, permitindo que o processo evolutivo seja gradual, possibilitando ao espírito a adaptação também gradual para as transformações e mudanças inerentes á aquisição de conhecimento e elevação moral.

A prática sexual sadia entre seres que se amam faz parte da providência, não podendo, desta forma, ser vista como algo inadequado para qualquer condição de existência, seja a condição de encarnado ou desencarnado.

O amor não termina quando um casal desencarna. Por que a relação não pode continuar igual?

Analisando o Livro dos Espíritos temos:

200. Têm sexos os Espíritos?
“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”


Percebemos, então, que não podemos afirmar que os espíritos não têm sexo, apenas não é como nós entendemos aqui na Terra.

Outro ponto a ressaltar é que o sexo como entendemos depende da organização. Considerando que, ao desencarnar, o espírito mantém o seu perispírito, portanto, permanece com uma organização física na forma de homem ou de mulher, assim, também não podemos afirmar que na condição de desencarnados não haveria atividade sexual.

De qualquer forma, em todas as relações, seja com ou sem relações sexuais, o que deve unir os espíritos é o amor e simpatia baseados na concordância dos sentimentos.



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COMUNICAÇÃO COM DESENCARNADOS


21/08/2010

Infelizmente ouvimos histórias sobre Centros Espíritas que adotam a conduta de cancelar os trabalhos mediúnicos na comunicação direta com os desencarnados, relegando apenas ao trabalho de passes fluídicos e estudos.

Decisões deste tipo são baseadas em informações equivocadas, na grande maioria das vezes difundidas pelas palavras esmeradas, porém ferinas, de espíritos que Kardec denominou de “pseudo-sábios” e, os menos habituados com os fundamentos e ensinamentos da Doutrina Espírita e as leis que regem os fenômenos de comunicação entre as diferentes condições de existência.

Outras vezes dirigentes e divulgadores que não apresentam mediunidade ostensiva na encarnação vigente e, por isso, relegam como desnecessário a comunicabilidade com os espíritos desencarnados, inviabilizando uma poderosa ferramenta de estudo epesquisa.

A própria Doutrina Espírita teve seu início a partir das manifestações mediúnicas que atraíram a atenção de muitos, dentre eles o Codificador – Kardec. Esta questão é de tão grande importância que um livro inteiro é dedicado ao tema – O Livro dos Médiuns, onde encontramos as diretrizes seguras para realizar o trabalho mediúnico. Contudo, apesar disto, ainda encontra-se no meio espírita, temores e falta de entendimento.

Na literatura espírita, além de O Livro dos Médiuns, encontram-se várias obras, de autores sérios, sobre a mediunidade, sua importância e a prática segura. Tem-se:

1. Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz (espírito)
2. Mecanismos da Mediunidade – André Luiz (espírito)
3. Médiuns e Mediunidade – Vianna de Carvalho (espírito)
4. Obsessão e Desobsessão – Suely Caldas Shubert
5. Diálogo com as Sombras – Hermínio C. Miranda




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FERTILIZAÇÃO "IN VITRO" E EMBRIÕES CONGELADOS


01/10/2010

A questão da condição do espírito no caso dos embriões decorrentes da fertilização "in vitro" é de grande complexidade e não haveria uma resposta direta sobre o assunto. Vale lembrar que se trata de um tema que não era nem cogitado na época da Codificação. Contudo, algumas questões d'O Livro dos Espíritos e de alguns outros autores espirituais podem trazer alguma luz.

Visando facililtar o raciocínio, o estudo será apresentado em tópicos.

1- A ligação

Em O Livro dos Espíritos, questão 344 tem-se:

"Em que momento a alma se une ao corpo?"

“A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”

No livro A Gênese, cap. XI, consta que “18. - Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção.”

Segundo o livro Missionário da Luz, psicografia de Chico Xavier, ditado pelo espírito André Luiz, Cap. 13, a ligação entre o espírito reencarnante, Segismundo, com o ovo ocorreu 15 minutos após o espermatozóide entrar no óvulo.

  Portanto, diante do exposto, pode-se concluir que a ligação entre o espírito reencarnante e o ovo (ovo - denominação do óvulo já fecundado) ocorre no momento da fecundação. Todavia, a encarnação somente será completa no nascimento.

   2- Importância da ligação

  Na questão 353 d'O Livro dos Espíritos tem-se:

"Não sendo completa a união do Espírito ao corpo, não estando definitivamente consumada, senão depois do nascimento, poder-se-á considerar o feto como dotado de alma?"

“O Espírito que o vai animar existe, de certo modo, fora dele. O feto não tem pois, propriamente falando, uma alma, visto que a encarnação está apenas em via de operar-se. Acha-se, entretanto, ligado à alma que virá a possuir.”

  Verifica-se que, apesar da encarnação não estar completa, a ligação que se forma já é suficientemente importante, pois, a partir deste momento, já deu-se início todo o processo, como apresentado na questão 351, d'O Livro dos Espíritos: "A partir do instante da concepção, começa o Espírito tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento". Daí os comprometimentos advindos do aborto intencional.

  3- Vida orgânica apenas

  Na questão 136A d'O Livro dos Espírito, tem-se que “A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica”. Portanto, um corpo poderá existir sem um espírito ligado.

  Na questão 356 'O Livro dos Espírito tem-se:  

“Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos?  

“Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais.”  

Verifica-se, então, a possibilidade de um corpo se formar e, inclusive, nascer (questão 356a), sem que houvesse algum espírito destinado a utilizá-lo.  

  4- Possibilidades  

Analisando os pontos anteriores é possível vislumbrar algumas possibilidades nos casos de inseminação "in vitro", onde, dentre os vários óvulos inseminados, alguns são utilizados e outros congelados:

a) haveria um espírito ligado a cada ovo;
b) o espírito somente se ligaria àqueles ovos que tivessem condições de seguir a frente, isto é, de se desenvolverem;
c) o espírito somente se ligaria àqueles embriões (na implantação já é considerado um embrião, pois seria formado por algumas células) implantados no útero materno e que tivessem condições de se desenvolverem.  

 5 - Opnião da AME  

Segundo a Associação Médico Espírita – AME, em carta intitulada Direitos do Embrião, na resolução 6, diz que “Como ainda não existem meios para identificar quais os embriões congelados que possuem ligações com espíritos reencarnantes, todos devem ser preservados”  

A carta completa pode ser acessada no link (http://www.amesaopaulo.org.br/novo/index.php?option=com_content&task=view&id=41&Itemid=46)  

6 - Conclusão  

 Como podemos observar, esta não é uma questão simples, pois falta informação mais precisa a respeito. Muito ainda temos que aprender.  Nossos atos devem ser tomados com extrema cautela e discernimento, pois as responsabilidades são grandes.



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O ESPÍRITO ESTÁ DENTRO OU FORA DO CORPO?


14/10/2010

Corriqueiramente, no meio espírita, fala-se em desdobramento como sendo o momento em que o espírito se desprende do corpo dando, desta forma, a idéia de que a ligação seria tipo "velcro"; algumas imagens demosntrando este fenômeno apresentam um "corpo" esbranquiçado como que saindo do interior do corpo. Diante destas representações ou conceitos é natural o seguinte questionamento: O espírito está dentro ou fora do corpo?

Esta pergunta é muito pertinente e, inclusive, motivo para muita dificuldade de entendimento em várias outras questões relacionadas como, por exemplo, a emancipação da alma.

Encontramos, na questão 93 de O Livro dos Espíritos, que Kardec tinha questionamentos semelhantes e pergunta aos espíritos:

93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer? "Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira."

Diante da resposta, Kardec comenta: Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

A idéia aparente é de que realmente as camadas perispírito e corpo físico envolvendo o espírito são superpostas. Porém, sob esta visão, o interior do corpo deveria ser "oco" ou algo parecido.

André Luiz, em Evolução em Dois Mundos (pg 97), diz que Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm afirmado, em diversos países, que o plano imediato à residência dos homens jaz subdivididos em várias esferas. Assim é com efeito, não do ponto de vista do espaço, mas sim sob o prisma de condições, qual ocorre no globo de matéria mais densa, cujo dorso o homem pisa orgulhosamente.

Portanto, como podemos ver, a questão das várias camadas é mais uma questão de condição do que propriamente de espaço. Assim a visão das camadas superpostas é mais didática do que realista.

Devemos, então, compreender a relação espírito-perispírito-corpo físico como difernetes condições, com cada parte existindo em sua condição específica e, de alguma, forma, se relacionando entre si.

Um estudo mais detalhado pode ser encontrado em Cartografia Humana , inclusive material de referência para estudo.



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ÂMBITO DE AÇÃO DURANTE O ÊXTASE


26/10/2010

O desdobramento do espírito, isto é, a libertação parcial e temporária do corpo físico, pode ocorrer em variados graus de liberdade, dependendo da quantidade de matéria perispiritual que o espírito carrega consigo.

Tem-se, desta forma, o sono, o sonambulismo e o êxtase. A divisão em apenas três níveis serve para fins didáticos, podendo, cada um, variar em muitos outros sub-níveis.

Ao analisar O Livro dos Espíritos, nas questões referentes ao êxtase, verifica-se se tratar de uma forma de desdobramento mais apurada do que o sono comum ou o sonambulismo.

No estado de êxtase, sendo a condição em que o espírito se encontra mais liberto, isto é, pode se movimentar com mais facilidade, então, consequentemente, pode-se inferir que o espírito estará apto a visitar mundos mais evoluídos. André Luis relata no livro Nosso Lar que, mesmo desencarnado segundo os nossos padrões, necessitou do desdobramento para poder visitar sua mãe que se encontrava em nível mais elevado do que ele, isto é, André Luis se libertou do seu corpo de expressão na condição de existência em que se encontrava para galgar regiões mais nobres.

Contudo, na questão 444 d’O Livro dos Espíritos, tem-se:

Que confiança se pode depositar nas revelações dos extáticos? “O extático está sujeito a enganar-se muito freqüentemente, sobretudo quando pretende penetrar no que deva continuar a ser mistério para o homem, porque, então, se deixa levar pela corrente das suas próprias idéias, ou se torna joguete de Espíritos mistificadores, que se aproveitam da sua exaltação para fasciná-lo.”

Diante da possibilidade do espírito em estado de êxtase se deparar com espíritos mistificadores, verifica-se que o extático é capaz de visitar não apenas mundos mais evoluídos, mas também regiões mais grosseiras, haja vista que ninguém espera encontrar espíritos mistificadores em locais onde se reúnem somente os espíritos elevados.

Portanto, pode-se inferir que o desdobramento mais apurado permite que o espírito visite locais que lhe seriam interdito em graus de menor liberdade para o espírito, contudo, isto não significa que estes locais seriam apenas os mais elevados.



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MEDIIUNIDADE E CIÊNCIA


09/11/2010

A Doutrina Espírita, codificada e apresentada a Kardec, é constituída por três componentes principais, a saber: Ciência, Filosofia e as Consequências Morais decorrentes.

A Ciência Espírita, no campo da mediunidade, é baseada na observação dos fenômenos envolvendo espíritos desencarnados no âmbito dos espíritos encarnado. O “O Livro dos Médiuns”, onde são apresentadas as leis que regem os fenômenos mediúnicos, foi desenvolvido a partir das perguntas dirigidas aos espíritos, tanto mentores quanto menos evoluídos, e das observações e análises dos fenômenos pelo próprio Kardec.

André Luiz (espírito), no livro Mecanismos da Mediunidade, sob a psicografia de Chico Xavier, utiliza, em meados do século XX, o conhecimento científico na área da Física disponível na época para aprimorar o entendimento dos fenômenos mediúnicos. Este material serve de subsídios para que todos aqueles envolvidos de alguma forma com a mediunidade estejam mais aptos e melhor informados a respeito dos procedimentos e processos envolvidos em tão sério trabalho.

Vianna de Carvalho (espírito), no livro Médiuns e Mediunidade, sob a psicografia de Divaldo Franco, utiliza conhecimento mais recente, especialmente no campo das enfermidades mentais, para expor as dificuldades e cuidados necessários que devem ser observados durante os trabalhos mediúnicos e a postura adequada no cotidiano.

A mediunidade, portanto, deve ser praticada com muito boa vontade e grande amor, especialmente no trato com espíritos sofredores nos mais variados matizes, incluindo os denominados “obsessores”. Contudo, é imperativo o conhecimento das técnicas envolvidas para uma prática segura, facultando maiores oportunidade de aprendizado para o próprio médium. O conhecimento é fundamental não apenas para os médiuns ostensivos, mas, inclusive e principalmente, para os dirigentes dos trabalhos envolvendo a mediunidade.

Portanto, a mediunidade deve ser praticada na seara de Jesus, tanto no auxílio dos necessitados quanto nos estudos com os guias espirituais, contudo, necessita de técnica e conhecimento.



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ESCOLHEMOS SER CRIADOS?


29/11/2010

Esta questão, além de interessante, também é complexa. No nível evolutivo que nos encontramos não temos uma resposta precisa e, talvez, nem mesmo satisfatória sob o ponto de vista lógico. Contudo, é possível fazer algumas ponderações a respeito.

Ainda estamos longe de compreender os desígnios de Deus em sua totalidade, porém, sempre incorreremos em equívocos de entendimento todas as vezes que desviamos dos caracteres básicos da divindade e que são apresentados n’O Livro dos Espíritos, capítulo 1 parte 1, e A Gênese, capítulo 2.

A partir do momento em que passamos a ver Deus como sendo infinitamente justo e bom somente poderemos conceber a imortalidade dos espíritos, pois, como diz Kardec no livro A Gênese, Deus não teria as qualidades a ele atribuídas se criasse seres para padecerem por algum tempo e, depois, deixarem de existir sem nenhuma compensação.

Pelo mesmo motivo, não se poderia conceber a encarnação única na vida de um espírito. É fácil de perceber que a imortalidade significa que a vida perdurará para todo o sempre, o que é muito tempo. Seria um ato injusto que um ser, por ter errado durante uma existência, o que, comparativamente a todo o sempre, é uma parcela ínfima, padecesse, como sugerem alguns, para sempre.

Juntamente com o conhecimento sobre a existência e as características de Deus, a idéia de que somos espíritos é fundamental para as nossas vidas.

O conhecimento da “vida além da vida” nos incita a enfrentar as aflições e angustias sabendo que haverá sempre um amanhã, mesmo após a morte física, e o conhecimento da bondade Divina nos diz que este um amanhã será radioso, pois nenhum pai deixa seus filhos ao abandono.

O suicídio perde completamente o sentido. As pessoas cometem o suicídio para terminarem com o sofrimento e angustias; este ato é capaz apenas de por fim a vida do corpo físico, mas não é este que sente as aflições. Portanto, acabar com o corpo não é sinônimo de terminar com as aflições.

Todavia, ainda resta uma grande questão: Porque necessitamos estes padecimentos? Ora, os padecimentos são decorrentes das vicissitudes da matéria densa e do exercício das paixões ainda de origem inferior. Pelo trabalho incessante para domar estas paixões é que o espírito, evoluindo, se libertará desses padecimentos.

Nossa romagem terrena tem por finalidade depurar o espírito, libertando-o dos sentimentos materiais, da busca do prazer físico e da felicidade fictícia.

Contudo, resta, então, outra pergunta: Por que Deus não criou os espíritos já evoluídos? Para que tanto trabalho? E, além disso, o mau não existiria.

Não é bem assim, é verdade que se Deus houvesse criados os Espíritos perfeitos todos somente fariam o bem, mas quis Ele que ficássemos sujeitos a lei do progresso e que, este progresso, resulte do nosso trabalho para que tenhamos o mérito das conquistas. Mas por quê?

Uma explicação que achamos razoável é que, sendo Deus infinitamente justo, não poderia Ele mesmo decidir quais características daria a um Espírito e quais daria a outro, pois incorreria no erro de decidir os gostos de cada indivíduo e as atividades de cada um, o que seria incoerente com sua soberana justiça.

Outra opção seria criar todos os Espíritos perfeitos, mas completamente iguais, cópias fiéis um do outro, verdadeiros clones, na real concepção da palavra, com pensamentos iguais, gostos iguais e atitudes iguais. Isso não parece fora de propósito e sem sentido?

Por ser infinitamente justo, Deus realmente cria todos exatamente iguais, mas, na condição de simples e ignorantes, tendo toda uma caminhada pela frente para cada um evoluir e, através do livre arbítrio que todos temos, podermos desenvolver nossas qualidades, virtudes e pensamentos e, quando chegarmos ao final da caminhada, embora em comunhão com Deus, seremos diferentes em aptidões, para tomarmos a nossa posição na grande oficina da criação.

Um ponto que precisamos ter em mente é que não temos ainda a menor idéia da finalidade da Criação. Isto tudo que vemos e o que podemos conceber ainda estão longe do motivo pelo qual tudo isto existe e o que nos aguarda quando formos espíritos puros.

Segundo o O Livro dos Espíritos, questão 621, a lei de Deus está gravada na nossa consciência, portanto Ele nos indica o caminho a seguir, os percalços são decorrentes das nossas próprias escolhas. Pela fé, um sentimento profundo nos diz que, apesar de todas as dificuldades que vivenciamos agora, o futuro será esplendoroso e a felicidade será plena. Aí, então, compreenderemos o porquê disto tudo e saberemos se tivemos escolha na criação ou não, pois, se pensarmos direitinho, não se pode afirmar que não escolhemos ser criados. Muitos dizem que não pediram para nascer sem saberem que pediram e escolheram as experiências a serem vivenciadas durante a encarnação.

Até nos tornarmos espíritos puros, fiquemos com as palavras do Mestre em nossa mente: “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.” ESE, cap. VI



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DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - TODO CUIDADO É POUCO


30/12/2010

No livro Civilização em Transição de C. G. Jung, no parágrafo número 3 (nas obras de Jung os parágrafos são numerados, o que facilita a referência e, consequentemente, a consulta), o autor aborda e diferencia as questões da repressão e do recalque.

O ser humano, diante das limitações impostas pelas regras sociais e morais, reprime muitos desejos; a quantidade e tipos destes desejos dependerão de cada um, isto é, da aquisição que possua em decorrência do processo evolutivo.

Jung diz que “como consequência da repressão do desejo proibido, o tênue fio entre o desejo e o consciente se rompe, tornando o desejo inconsciente”. Portanto, quando o conteúdo psíquico se desloca para o inconsciente se trata de repressão, enquanto que nos casos em que permanece no consciente, porém reprimido, seria o recalque.

Apesar do que se possa pressupor, o desejo reprimido e esquecido não estará necessariamente controlado, pois, mesmo do inconsciente, poderá influenciar os processos mentais conscientes causando distúrbios psíquicos (sintomas nervosos ou psicogênicos) e, inclusive, fisiológicos.

Desta forma, é fundamental que o divulgador espírita tenha sempre em mente que as dificuldades comportamentais devem ser trabalhadas e não simplesmente levar aos ouvintes à conclusão apressada de que devam coibir-nas para não “irem para o umbral”, “sofrerem a lei de causa e efeito”, “serem obsedados” ou qualquer outra expressão com significado semelhante.

Lembremos sempre do início da resposta ditada pelo espírito Lamennais (ESE, Cap. XI,item 15) quando disse: “Responderei, na conformidade do meu adiantamento moral”. Portanto, devemos trabalhar pelo adiantamento moral e, como consequência, os atos e pensamentos se conformarão de acordo.

O texto de Jung mencionado acima também responde uma questão importante. Muitas vezes nos deparamos com pessoas dizendo que esta ou aquela vertente religiosa inibe os seus adeptos de cometerem equívocos dos mais variados matizes e, por isso, seriam adequadas, pois “fariam o trabalho”. Devemos analisar que talvez estas religiões que pregam o “castigo” estejam gerando “bombas psíquicas” que poderão vir a explodir um dia, isto é, estariam gerando recalques e repressões que, se não trabalhadas, causarão conflitos emocionais com consequências diversas.

Podemos concluir que: a) instruir sempre será a melhor prática a ser adotada e;b) para instruir adequadamente é preciso amar.

Nas palavras do Espírito de Verdade encontramos o direcionamento correto:

“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)

A palavra “impiedade” significa falta de piedade, crueldade. Causar aflições morais é uma forma de impiedade.



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