Sobre Espiritismo    
Claudio C. Conti    



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Citações das Encarnações
dos Espíritos

Alimentação dos Desencarnados

Questões Sobre a Remissão dos Pecados e a Bíblia

Espiritismo na Sapucaí

Teoria das Cordas e Espiritismo

Sobre Colônias no Pentateuco

Objetivo Final da Criação

Análise sobre a Evolução de Jesus

Morte e Desencarnação

Quaternidade

Conselhos Inúteis

Ação do Medicamento Homeopático

Deus e Mamon - Psicografia

O Otimismo e o Caminho do Meio

Perguntas e Respostas Sobre Mediunidade

A Hora da Morte é uma Fatalidade?

Visualização Terapêutica

O Médium, o Animal e a Mesa

Como será o mundo de regeneração?

Considerações Sobre o Passe

O Doutrinador na Tarefa de Desobsessão

CITAÇÕES DAS ENCARNAÇÕES DOS ESPÍRITOS


16/01/2011

Percebemos que variados livros espíritas, psicografados ou não, trazem informação sobre outras encarnações de espíritos que, em geral, são expoentes ou na história da humanidade ou no próprio Espiritismo.

Sobre esta questão é necessário abordar, primeiramente, a verdadeira necessidade do conhecimento das várias encarnações de um determinado espírito.

Sabemos pela questão 392 d’O Livro dos Espíritos, que o esquecimento do passado é decorrente do fato de que “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si”. Ainda no mesmo livro, questão 397, sabemos que nas existências corpóreas de natureza mais elevada do que a nossa, é mais clara a lembrança das anteriores.

N’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V item 11, temos a explicação de que “em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais”.

O esquecimento das outras vidas no processo reencarnatório é uma benção que permite a todos nós o recomeço, propiciando condições para que convivamos com afetos e desafetos sem a lembrança vívida dos equívocos cometidos por nós mesmos contra os outros e dos outros contra nós mesmos.

Os espíritos missionários, expoentes em qualquer que seja a área de atuação, também cometeram equívocos em outras encarnações, a perfeição só existe no próprio Deus. Portanto, vemos que o conhecimento de outras encarnações destes espíritos poderia ser até mesmo nocivo para o trabalho que está desenvolvendo ou que desenvolveu se já houver desencarnado.

Por outro lado, somente espíritos mais elevados possuem conhecimento preciso sobre outras encarnações e, devido a sua condição, não disseminariam esta informação caso tenham tido experiências corporais exemplares, pois estariam exercitando o orgulho e a vaidade.

Além disto, ainda mais grave, seria o efeito que poderia causar sobre os seus descendentes diretos. Existe na sociedade divisão de castas e famílias tradicionais que valorizam seus integrantes, sejam encarnados ou desencarnados, em detrimento dos outros. Portanto, a informação de que um ex-familiar é ou foi um expoente na humanidade poderia ser danoso, exacerbando ainda mais o orgulho de outros espíritos.

Salvo raras exceções, o conhecimento das diferentes encarnações de um espírito, seja uma pessoa comum ou uma figura conhecida, não seria de nenhuma importância prática, portanto não seria o tipo de assunto que ocuparia um espírito cuja elevação estaria em condições de possuir este conhecimento e muito menos trazer a público. Quanto aos espíritos levianos, eles dizem qualquer coisa, portanto, a informação não seria merecedora de crédito.

Considerando uma destas exceções, informações sobre existências em passado muito distante seria ainda de menor utilidade.

O conhecimento das várias encarnações de um espírito qualquer, inclusive as próprias, é mais uma curiosidade humana do que uma necessidade para aprendizado.



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ALIMENTAÇÃO DOS DESENCARNADOS


01/02/2011

Questões relacionadas com a forma e condições de vida dos desencarnados, vez por outra, retorna à mente daquele que se detém no estudo da Doutrina Espírita. Estes questionamentos são naturais e lógicos, pois não deixa de ser uma preparação para quando ocorrer à própria desencarnação e uma questão recorrente concerne a alimentação.

Sabemos que o, ao desencarnar, o espírito continuará com seu perispírito e este, por sua vez, é de natureza material, apesar de se tratar de matéria sutil e, por este motivo, necessitará metabolizar algum tipo ou forma de alimento para a sua manutenção física, inclusive uma forma de água.

No livro Nosso Lar, Cap. 9 – Problema da Alimentação, André Luiz relata que mesas fartas de alimentos eram hábito na colônia espiritual. Contudo, visando adequação dos espíritos que habitavam Nosso Lar, o governador da colônia instituiu nova forma de para assimilação da “matéria alimentar” necessária para a manutenção do corpo de expressão no meio. O processo adotado utiliza a respiração e absorção dos princípios vitais da atmosfera e, para isso, contou com auxílio de espíritos mais evoluídos que foram até Nosso Lar ensinar o processo de assimilação das forças vitais.

Verifica-se, então, que existem diversas formas de alimentação para os desencarnados, dependendo do grau evolutivo que tenha atingido ou de possuírem conhecimentos apropriados. Os espíritos muito ligados ao nosso plano físico e que não sabem se alimentar de outra forma, buscam ainda alimentos grosseiros (grosseiro para o perispírito), mas de origem sutil para nós.

Portanto, pelo que foi relatado por André Luiz, é necessário que o perispírito se “alimente”, a forma como isso ocorrerá dependerá da condição evolutiva do espírito.

No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz traz mais informação a respeito do assunto, Pincipalmente no Cap. 11 – Existência da Alma e Cap. 21 – Alimentação dos Desencarnados.



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QUESTÕES SOBRE A REMISSÃO DE PECADOS E A BÍBLIA


15/02/2011

A Doutrina Espírita é muita ampla e trata de diversas questões com grande profundidade. Contudo, as explicações e conclusões sobre muitos pontos são diferentes da ideia reinante, elaboradas e desenvolvidas pelas diferentes vertentes de pensamentos, religiões ou não.

Duas destas questões serão salientadas e analisadas da melhor forma possível, contudo, será preciso que o leitor esteja receptivo para as conclusões apresentadas, tentando analisar sem conceitos preconcebidos, apenas ponderando se faz algum sentido ou não.

1) Se Jesus e o morreu na cruz para resgatar os pecados cometidos pelos homens e, segundo a Bíblia, na morte o espírito volta a Deus como explicar a reencarnação?

Vamos analisar esta questão comparativamente a uma classe escolar. Cada um dos alunos deverá prestar os exames separadamente para comprovar que aprendeu a lição. Aqueles que não conseguiram os pontos necessários deverão repetir o ano letivo. Isto significa que um aluno que tenha sido reprovado não poderá se valer dos pontos obtidos por outro aluno qualquer, assim como um aluno que tenha estudado não poderá prestar o exame por aquele que não estudou.

Então, sendo Deus infinitamente mais sábio que qualquer diretor de uma escola, não faria muito sentido que permitisse que Jesus regatasse os “pecados” cometidos pelos outros. Portanto, a crucificação de Jesus não tem o significado de redimir os pecados do mundo, mas demonstra que ainda temos muito a aprender.

Outro ponto que necessita ser abordado em maiores detalhes é a questão do “pecado”. O espírito, como é fácil de perceber, não possui o conhecimento completo sobre todas as coisas e, por este mesmo motivo, não poderá acertar sempre, cometendo equívoco cujo grau de severidade dependerá do grau de entendimento que possua. O que normalmente se denomina de “pecado” seriam ações decorrentes da falta de conhecimento devido ao grau evolutivo pessoal.

A crucificação é o exemplo de um grande equívoco cometido, assim como muitos outros ao longo da história da humanidade, especialmente aqueles cometidos em nome de Deus.

Ora, como o processo evolutivo do espírito é aprendizagem e como temos muita coisa a aprender, uma encarnação apenas não é suficiente, daí surge a necessidade da reencarnação, dando oportunidade para o espírito aprender e corrigir os equívocos cometidos.

Esta ideia está em acordo com as palavras de Jesus: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.

2) A Bíblia, segundo se sabe ate hoje pela maioria das pessoas, foi inspirada por Deus e escrita pelos discípulos. Porque dentro da doutrina espírita temos o Evangelho Segundo o Espiritismo, visto que a Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus? Não seria incoerência termos duas escritas sagradas sobre as coisas de Deus ou Espírito Santo, se a Bíblia já foi inspirada por um espírito maior que e o criador do universo?

A Bíblia não foi escrita por uma pessoa apenas. O próprio Novo Testamento consta da escrita de quatro pessoas diferente, a saber: Marcos, Mateus, Lucas e João. É preciso considerar que estes quarto evangelhos constam da Bíblia porque foram selecionados dentre numerosos outros evangelhos, os denominados evangelhos apócrifos. Inclusive, os quatro evangelhos selecionados foram escritos em épocas diferentes. Devemos, então, nos perguntar: Por que estes quatro especificamente? Quem selecionou?

O Velho Testamento também é uma compilação de textos escritos por numerosas pessoas. Então, a Bíblia não seria uma escrita apenas, mas várias escritas elaboradas ao longo do tempo e que hoje são apresentadas juntas em um único livro.

Segundo estas escritas, o universo foi criado há uns 6000 anos apenas, o que está completamente contrário aos achados da ciência. A Terra tem 4,5 bilhões de anos. Por que deveríamos considerar estes escritos como certos, pessoas que não sabemos ao certo quem foram, e desconsiderar o trabalho exaustivo de numerosos cientistas? Os trabalhos científicos, elaborados por grupos, são avaliados por toda a comunidade científica do planeta. São, portanto, pessoas conhecidas com trabalhos reconhecidos. É certo que ainda há muito a aprender e descobrir, mas é um trabalho sério.

Deveríamos, então, desconsiderar todos os tratados de biologia, química, física, astronomia, astrofísica, paleontologia, arqueologia, etc. e ficar apenas com a bíblia? Isto não faz muito sentido.

Por que Deus teria se manifestado naquela época e não mais agora que a humanidade tem uma potencialidade muito maior para compreender assuntos mais complexos?

Existem muitas contradições nos textos bíblicos e no Evangelho Segundo o Espiritismo foram selecionados apenas os ensinamentos morais de Jesus. Estes ensinamentos é que foram explicados pelos espíritos. Portanto, não foi “criado” um novo evangelho, mas apenas foram selecionadas algumas citações que constam nos quatro evangelhos que constituem o Novo Testamento e explicados sob uma nova abordagem.

Os ensinamentos morais são um só, todo o resto é questionável.



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ESPIRITISMO NA SAPUCAÍ


19/02/2011

Recentemente foi divulgado nos meios de comunicação que tanto o Espiritismo e a figura de Francisco C. Xavier estarão presentes em enredo de uma escola de samba durante o Carnaval de 2011.

Duas questões precisam ser abordadas para melhor entendimento da sequência de eventos para melhor entendimento do fato, avaliar outras consequências possíveis e, principalmente, a postura a adotar:

a) Em 2010 houve grande mobilização geral em torno do filme Nosso Lar baseado na obra de André Luiz (espírito) sob a psicografia do médium Francisco C. Xavier. Importa ressaltar que tanto a elaboração do filme quanto a comoção partiram da comunidade espírita.

b) Quando um tema ou qualquer outra coisa faz algum tipo de sucesso entre a população, não faltam aqueles que tentam também obter projeção pessoal seguindo passos semelhantes ou utilizando o mesmo assunto.

Portanto, quando o movimento decidiu por levar às telas do cinema e, consequentemente, à mídia em geral, deveria estar ciente de uma gama de possíveis eventos que poderiam ocorrer, entre eles, elogios e críticas.

Os elogios foram fáceis de aceitar. Todavia, diante das críticas para os filmes sobre a vida de Bezerra de Menezes e de Francisco C. Xavier, culminando com a "grande produção" Nosso Lar, o movimento espírita demonstrou um grande despreparo diante de reação pública negativa. Muitas destas críticas não eram nem voltadas para o Espiritismo propriamente dito, mas sobre a própria produção, isto é, questões técnicas.

Assim, todo aquele que alcança sucesso precisa estar mentalmente focado, isto é, ter real noção da responsabilidade e deveres decorrentes. Infelizmente, muitos não são maduros o suficiente para realizar a tarefa e manter a mente clara, com isso, se perdem na busca do sucesso esquecido ou de projeção cada vez maior.

Para o leigo, sendo ignorante no assunto, é compreensível que utilize equivocadamente conceitos que desconhece. Todavia, aquele que já possui o conhecimento adequado deverá manter um comportamento também adequado.

Em situações como esta que está se formando, não devemos, como espíritas, manter uma postura de "Não usai o nome do Espiritismo em vão", similarmente a um dos Dez Mandamentos que diz "Não usai o nome de Deus em vão", como se realmente se tratasse de mandamentos divinos. Contudo, também não devemos confundir a real essência do Espiritismo acreditando que qualquer forma de divulgação é válida. Devemos sempre lembrar que os meios não justificam os fins.

Precisamos ter sempre em mente que: a) Deus sempre faz surgir coisas boas das más e; b) O escândalo é necessário, mas ai de quem venha o escândalo.

Se quiserem ligar a imagem do Espiritismo ao Carnaval, deixe-os, pois, invariavelmente surgirão coisas boas, nem que seja o desinteresse e o completo esquecimento do evento, contudo, não sejamos aqueles por quem o escândalo venha, evitando compactuar ou antagonizar com qualquer ação ou movimento que não tenha bases doutrinárias.



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TEORIA DAS CORDAS E ESPIRITISMO


21/03/2011

Quando nos deparamos com os avanços da Ciência Acadêmica surge, naturalmente, uma comparação ou a tentativa de entendimento através da Ciência Espírita. Nesta busca incessante de entendimento de doutrina tão complexa certamente cometeremos alguns equívocos, todavia, muita coisa também será acertada para o estágio atual em que nos encontramos.

Sem, obviamente, desmerecer a orientação do Codificador, quando diz ser melhor recusar dez verdades do que aceitar uma inverdade, podemos seguir adiante com o trabalho de aprimoramento do entendimento sem, contudo, considerar qualquer conclusão como verdade inconteste.

Sob esta premissa básica, poderíamos considerar a Teoria das Cordas que a Física busca entender sob a conceituação espírita do fluido cósmico e suas variantes, isto é, o fluido em variado grau de densidade e composição.

Primeiramente é preciso esclarecer que a Física não chegou a uma conclusão final com relação à teoria em questão, permanecendo ainda como objeto de estudo e conjecturas.

A Teoria das cordas, ou supercordas, visa aprimorar o entendimento humano sobre a estruturação da matéria e, também, buscar uma solução para a grande unificação, que consistiria em uma teoria que conseguisse abranger todas as forças, a saber: força fraca, forte, eletromagnética e a gravidade.

Os físicos buscam elaborar esta teoria de unificação desde muito tempo, sendo a teoria das cordas uma tentativa que ainda não é conclusiva.

Quando analisamos a estrutura da matéria sob a ótica espírita, temos toda a teoria dos fluídos tratada n’O Livro dos Espíritos, n’O Livro dos Médiuns e n’A Gênese. Temos que, segundo a informação dos espíritos, a matéria é realmente formada por um elemento primordial ou elementar, isto é, fluído. Desta forma, podemos constatar que os físicos não estariam equivocados em sua busca, pois consideram a existência de elementos primordiais: as partículas elementares ou as cordas.

Podemos, então, correlacionar, não as supercordas, mas a ideia de uma teoria de unificação dos cientistas, ou “teoria de tudo”, como também é chamada, com a teoria dos fluídos do Espiritismo. Desta forma, poderíamos dizer que a busca dos físicos ainda estaria longe do final, pois suas partículas elementares ou cordas ainda seriam muito grosseira quando comparada com o fluído cósmico.



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SOBRE COLÔNIAS NO PENTATEUCO


03/04/2011

Apesar de todo o material contido no Pentateuco Espírita, consistindo dos seguintes livros: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, o Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Gênese, em ordem de cronológica, ainda existem muitas dúvidas e dificuldades de entendimento sobre algumas questões básicas.

Muitas destas dúvidas são decorrentes de estudos e textos contendo opiniões diversas apresentados por divulgadores e que encontram coro em alguns meios de divulgação. Por este motivo, não é de surpreender que surjam questionamentos por parte do público espírita.

A riqueza do estudo da Doutrina Espírita é a diversidade de pontos de vista disponível para análise e ponderações a respeito dos ensinamentos dos espíritos. Os estudos divulgados, mesmo os que apresentam algum equívoco, servem para que possamos compreender o entendimento geral sobre certas questões e, com isto, aprimorar o entendimento próprio.

Uma questão recorrente concerne a existência das colônias espirituais.

O espírito André Luiz, sob psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, traz muita informação a respeito da vida do espírito desencarnado em “colônias espirituais”, locais onde o agrupamento de espírito é regido por regra, sob o comando de espíritos mais elevados em termos evolutivos. Nestes locais, como seria lógico, ainda segundo André Luiz, existiriam habitações e “construções” onde as atividades teriam lugar.

Todavia, surge a dificuldade de entendimento sobre as colônias quando alguns incautos afirmam que esta idéia não estaria em acordo com o Pentateuco e que a vida do desencarnado seria puramente “espiritual”, seja o que for que isto signifique.

Primeiramente, encontramos n’O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Capítulo I, as diferentes ordens dos espíritos em relação ao grau evolutivo em que se encontram. Podemos supor que os espíritos de ordem mais elevada se ocupariam com atividades que não seriam ou necessitariam de condições materiais para a execução. Vale ressaltar que não teríamos como avaliar que tipos de atividades seriam estas.

Todavia, existem outras ordens, isto é, espíritos não tão evoluídos e necessitando de cuidados especiais por parte do Pai, proporcionando-nos regiões adequadas. Para entendermos a questão das colônias propriamente ditas, basta uma análise dos relatos encontrados na Parte Segunda do livro O Céu e o Inferno, onde espíritos das mais variadas condições se apresentam e relatam a situação em que se encontram. Verificam-se relatos de estarem vivenciando condições distintas, dependendo do estado em que se encontrem

Vale ressaltar dois relatos específicos: a) a descrição dos suicidas sobre onde descrevem condição específica para os casos de suicídio e; b) uma mãe que se suicidou pensando que iria encontrar o filho que desencarnou e, para a sua surpresa, não pode estar com ele, demonstrando a existência de locais ou condições de existência especifica para cada caso.

Obviamente que a terminologia utilizada é de somenos importância, o conceito é que deve ser apreendido. Portanto, se quisermos denominar de colônias, condições de existência, cidades ou por qualquer outro nome, não afeta o conceito de cada qual se encontrar, enquanto desencarnado, em condição adequada para o seu grau evolutivo, o que, até para o nosso parco entendimento, seria de esperar da bondade infinita do Pai.

Em face do que foi apresentado, pode-se distinguir “erraticidade” de “plano espiritual”.

Erraticidade é o estado do espírito desencarnado enquanto que “plano espiritual” seria, de forma geral, a condição de existência do espírito desencarnado. As questões a seguir, extraídas d’O Livro dos Espíritos, são muito esclarecedoras:

225. A erraticidade é, por si só, um sinal de inferioridade dos Espíritos? “Não, porquanto há Espíritos errantes de todos os graus. A encarnação é um estado transitório, já o dissemos. O Espírito se acha no seu estado normal, quando liberto da matéria.”

226. Poder-se-á dizer que são errantes todos os Espíritos que não estão encarnados? “Sim, com relação aos que tenham de reencarnar. Não são errantes, porém, os Espíritos puros, os que chegaram à perfeição. Esses se encontram no seu estado definitivo.”




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OBJETIVO FINAL DA CRIAÇÃO


21/04/2011

A questão do objetivo final para o qual os espíritos são criados por Deus é intrigante e interessante, todavia, também é muito complexa, especialmente pela diversidade de doutrinas filosóficas e religiosas existentes.

No nível evolutivo que nos encontramos não temos uma resposta sobre a finalidade da Criação por estar além da nossa capacidade de entendimento. Ainda estamos longe de compreender os desígnios de Deus em sua totalidade, porém, podemos, ainda que de forma muito limitada, estabelecer alguns conceitos tomando como base nossa própria concepção do que seria “a perfeição”. A visão de Deus apresentada pela Doutrina Espírita fornece muita informação, especialmente n’O Livro dos Espíritos, Capítulo 1 Parte 1, e A Gênese, Capítulo 2.

Podemos, então, supor que todas as idéias concernentes a esta questão, ou similares, pelas diferentes vertentes de pensamento serão baseadas na concepção que fazem do ser superior responsável pela estrutura. Podemos tomar o materialismo como exemplo.

Segundo a doutrina materialista, não haveria um ser superior ou Deus e tudo seria decorrente da organização da matéria e de seus processos. Neste caso, portanto, não haveria finalidade da criação e tudo terminaria com a morte do corpo.

A partir do momento em que passamos a ver Deus como sendo infinitamente justo e bom somente poderemos conceber a imortalidade dos espíritos, múltiplas possibilidades de aprendizado, no caso dos habitantes da Terra seria o mesmo que múltiplas encarnações, e a fatalidade da felicidade.

Nossa romagem terrena tem por finalidade depurar o espírito, libertando-o dos sentimentos brutos e da busca do prazer físico e da felicidade fictícia.

Caso Deus criasse os Espíritos perfeitos todos somente fariam o bem, mas seriam completamente iguais, cópias fiéis um do outro, verdadeiros clones, na real concepção da palavra: pensamentos iguais, gostos iguais e atitudes iguais.

O processo evolutivo garante a multiplicidade de gostos e tendências desenvolvidas através do livre arbítrio. Nesta abordagem, quando chegarmos ao final da caminhada, embora perfeitos e em comunhão com Deus, seremos diferentes em aptidões, para tomarmos a nossa posição na grande oficina da criação.

Um ponto que é preciso ter em mente é que não temos a menor idéia da finalidade da Criação, apenas que atingiremos a condição de felicidade perene. Ainda estamos longe de conceber o motivo da existência de tudo isto que vemos e percebemos e, também, o que nos aguarda quando na condição de espíritos puros.

Até nos tornarmos espíritos puros, fiquemos com as palavras do Mestre em nossa mente: “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI)



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ANÁLISE SOBRE A EVOLUÇÃO DE JESUS


09/05/2011

Muitas conjecturas existem com relação ao processo evolutivo de Jesus. Alguns dizem que sua evolução ocorreu em linha reta, seja lá o que isto significa, outros dizem que ele nunca errou.

Uma coisa, contudo, é certa: Jesus foi o espírito mais evoluído que já esteve encarnado na Terra, portanto, nenhum outro poderia afirmar como foi o seu processo evolutivo pelo simples fato de nenhum outro o saber além do próprio Jesus e, pela sua conduta, seria difícil de acreditar que ele próprio, exemplo de humildade e mansuetude, tenha afirmado nunca ter errado.

Como todo e qualquer espírito, Jesus foi criado simples e ignorante e, por isso mesmo, podemos acreditar que cometeu erros ao longo de sua jornada evolutiva.

Erros e equívocos são naturais ao longo do processo evolutivo, afinal o espírito não é detentor do conhecimento absoluto, apenas Deus o é. Contudo, o grande equívoco está em permanecer no erro, isto é, após o aprendizado, o espírito (pelas suas más tendências) não despender esforços para a devida reforma, afinal: “CONHECE-SE O VERDADEIRO ESPÍRITA PELO ESFORÇO QUE FAZ EM DOMAR SUAS MÁS TENDÊNCIAS”.

Esta questão pode ser analisada pela passagem do espírito pelos diferentes reinos. Muita coisa ainda não está completamente clara sobre o assunto, contudo, estamos em condições de algumas ilações.

Primeiramente, devemos supor que o espírito no reino mineral não estaria “encarnado”, isto é, não há ligação molécula a molécula entre o perispírito e a estrutura do mineral. Todavia, devemos lembrar que o espírito é criado simples e ignorante, isto é, não tem conhecimento e, por isso mesmo, necessita aprender. A forma que o espírito dispõe para iniciar seu aprendizado visando à estruturação do perispírito e corpo físico no mundo que irá habitar é através do domínio das leis químicas e físicas do planeta – estas leis ele irá aprender no mineral.

Desta forma, podemos supor que o espírito apenas observa enquanto permanecer no mineral sem, contudo, agir, isto é, não poderá alterar estas mesmas leis que mantém o planeta e seres em existência estável, da mesma forma que não é permitido a uma criança dirigir um automóvel, por exemplo. Vale ressaltar que nem todo mineral apresenta um espírito associado.

Após o período inicial, o espírito terá maior capacidade de ação, em várias etapas, até chegar ao vegetal onde, nesta condição, a capacidade de ação do espírito ainda é muito limitada.

Depois, mais depurado, habitará corpos de animais. Nesta condição sua capacidade de ação é bastante aumentada.

No estado selvagem, os animais são ainda muito embrutecidos, etapa necessária para o desenvolvimento de sua inteligência através da manutenção da sobrevivência. Na condição domesticada, os animais têm oportunidade de maior aprimoramento no contato com seres humanos.

Na condição de mineral, vegetal ou animal o espírito não está sujeito aos processos expiatórios pelo simples motivo de não existir certo ou errado para eles, apenas seguem o impulso natural de manutenção da sobrevivência. Em outras palavras: nestas etapas de seu desenvolvimento o espírito não erra.

O mesmo pode ser dito dos estágios iniciais no reino hominal. O espírito deverá, primeiramente, desenvolver e aprimorar sua capacidade de raciocínio para estar em condições de estabelecer uma relação entre certo e errado.

Recorrendo ao Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 3, item 14, temos que:

“Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.”

Percebemos por estas linhas d’O Evangelho Segundo o Espiritismo que o processo expiatório somente tem início quando há a obstinação no mal, isto é, teimam em permanecer no estado de alienação para as verdades do espírito.

Assim sendo, podemos imaginar um espírito que não tenha se mantido no equívoco por tempo além do necessário, porém, não podemos imaginar um espírito que nunca tenha errado.



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MORTE E DESENCARNAÇÃO


26/05/2011

Morte e funerais são temas que, quando mencionados, causam consternação ou a consternação não seja causada pelo assunto em si, mas como nós reagimos a ele?

Muitas pessoas creem que os Espíritas gostam de sofrimento e de morte, o que demonstra falta de conhecimento da Doutrina. Quanto mais estudamos mais consideramos a Doutrina Espírita como sendo completa em vários aspectos e, para ser completa, deve nortear aqueles que lhe são adeptos em todos os sentidos da vida, pela expressão “em todos os sentidos da vida” está incluída, é claro, a morte. A morte faz parte de nossas vidas, convivemos com ela diariamente, pois a todo o momento pessoas morrem, sejam conhecidos ou não.

Vemos as escolas, universidades, cursos, preparando crianças e jovens para a vida, mas será que somos preparados para a morte? Se houvesse o entendimento de se tratar de processo natural, com certeza não veríamos, nos funerais, os familiares em desespero, revoltados, apegando-se ao corpo como se fosse possível não deixa-lo ir.

A morte e temas correlatos deve ser motivo para elaboração mental, pois, somos filhos de Deus, mas não como nós nos conhecemos, possuindo ou, como muitos acreditam, sendo um corpo apenas. Somos muito mais do que isso, somos filhos de Deus em espírito, o corpo morre e deteriora, o espírito permanece vivo desde o primeiro momento em que foi criado pela bondade infinita do Pai até todo o sempre. Quando paramos para pensar neste fato, vemos que a Criação, no sentido mais amplo, é muito maior do que possamos imaginar.

Deus, em sua soberana bondade e justiça, não poderia criar seres para terem uma existência curta, padecendo sofrimentos e doenças, para depois se extinguirem por completo ou, então, dependendo de uma breve jornada na Terra, ser compelido ao sofrimento eterno nas furnas do inferno ou, então, a felicidade eterna no reino dos céus. Quem poderá viver num mundo ainda de expiação e provas e conseguir a sua jornada sem nenhuma mácula? Com certeza muito poucos.

É comum ouvirmos falar que as crianças devem ser criadas para o mundo quando, na verdade, elas devem ser criadas para uma jornada evolutiva que vai muito além deste mundo, pois somos seres em evolução, vencendo obstáculos e cumprindo jornadas. Cada jornada que termina significa que outra estará apenas começando.

A morte nos causa horror e medo quando não sabemos o que acontecerá conosco ou com um amigo ou parente. A Doutrina Espírita nos explica como ocorre e nossa destinação, deixando claro que a forma como ocorrerá e o que nos acontecerá depois dependerão apenas de nós mesmos, somos os criadores do nosso futuro.

Sob este prisma, o conceito de morte como “fim de tudo” deixa de existir, sendo substituído pela ideia do processo de desencarnação.



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QUATERNIDADE


14/06/2011



O Livro dos Espíritos - Questão 27:

Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?

“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.

Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.

Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse.

Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”




O Espírito criado, com o poder mental e utilizando o fluido, é capaz de co-criar a matéria e Deus, sendo “a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” (O Livro dos Espíritos, questão 1), é capaz de criações que transcendem ao tempo. Portanto, das características materiais do fluido cósmico, é criado o princípio material e das características outras, é criado o princípio inteligente.



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CONSELHOS INÚTEIS


03/07/2011

Certa vez, passeando pela internet, lendo certo blog sobre comportamento de uma importante empresa de comunicação no país, me deparei com as seguintes sugestões aos leitores: “...arrisque, corra, lute, não abaixe a cabeça, grite, liberte-se e tenha a certeza de que seu lugar ao sol estará garantido”.

Segundo o blogueiro, ele repete, todos os dias, para si mesmo e para a equipe, dentre algumas, esta frase: “é melhor pedir perdão do que permissão”.

Segundo o dito blog, as credenciais do blogueiro são: jornalista, pós-graduação em políticas públicas, MBA em Serviços e Gestão de Negócios, é professor de propaganda e marketing, além de executivo de comunicação.

Vemos que as credenciais são boas, mas os conselhos, infelizmente, conduzem a uma série de conflitos tanto para o próprio indivíduo quanto para com aqueles que tem o desprazer de cruzar seu caminho, mesmo que por breves momentos, seja numa fila ou num cruzamento de trânsito.

Segundo a visão proposta, seria correto agir sem medir as consequências, podendo causar danos, seja de que ordem for, aos outros, bastando, como meio de reparação, o pedido de perdão.

O “lugar ao sol” a que o blogueiro se refere é uma posição de destaque no meio corporativo e, com as práticas propostas, a finalidade pode até ser alcançada, mas no fim da experiência carnal, quando na condição de desencarnado, certamente o indivíduo terá garantido para si mesmo um “lugar nas trevas”, trevas da ignorância e as consequênciast correspondentes.

Vemos que ideias arcaicas e obsoletas ainda possuem lugar de destaque no meio corporativo. Já passou da hora da humanização no ambiente social e profissional.



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AÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO


18/07/2011

Princípios básicos da homeopatia:

a) Semelhante cura semelhante;
b) Menos é mais;
c) Medicamentos devem ser preparados de forma rigorosa;
d) Pequenas doses de um composto que acredita ter propriedades curativas são ministradas a um indivíduo sadio e verificam-se os efeitos. Então, o composto passa a ser utilizado nas diferentes dinamizações como medicamento.



Tipos de enfermidades:

a) Enfermidades que surge no corpo físico;
b) Enfermidades que surgem no perispírito;
c) Enfermidades decorrentes de desarmonias no espírito.

Os diferentes tipos de enfermidades, todavia, apresentam um ponto em comum: são decorrentes da falta de conhecimento e, com isto, inabilidade de manipulação (mental) da matéria.



Considerações:

a) Os avanços da ciência indicam o universo é organizado por informação;
b) Os experimentos com a água indicam esta possibilidade;
c) O procedimento de preparação do medicamento homeopático isolaria a informação do composto químico (considera-se, também, a ação, no processo, do preparador);
d) A informação isolada seria trabalhada pelo espírito e exteriorizado no campo da aura, conduzindo à reparação do dano (enfermidade).

Os significados das palavras e sentimentos são conhecidos e a impregnação pode ser feita apenas imprimindo a palavra sobre o frasco contendo água. Este processo de verter sobre água uma ideia é conhecido no meio Espírita como “fluidificação da água”, muito utilizado em Centros Espíritas.

Os efeitos e forma de ação dos compostos ativos utilizados como medicamento não são conhecidos, por este motivo não bastaria apenas estampar a palavra relativo ao composto químico no frasco de água.

Talvez, um dia, quando o conhecimento de ação dos compostos químicos nas estruturas orgânicas for mais completo, será possível a produção do medicamento homeopático apenas estampando o nome do composto ou o seu efeito no frasco.


Leia o estudo completo



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SERVIR A DEUS E A MAMON - PSICOGRAFIA


28/07/2011

Vitimados pelo orgulho, nossos irmãos da crosta vivem sem se aperceberem das consequências de atitudes nefastas. Todavia, devemos lembrar que na esfera dos encarnados todos estão sujeitos as mesmas mazelas. Portanto, todo cuidado se faz necessário na avaliação das atitudes a serem tomadas.

Em contrapartida, na esfera imediata a da crosta, nós nos vemos em condições semelhantes. O orgulho grassa forte nos arremetendo aos mesmos problemas e situações.

Diante de tal assertiva, muitos podem se questionar sobre os pontos em que o orgulho do desencarnado se torna perigoso para o próprio indivíduo.

Nós, desencarnados, não vivemos em um mundo sem atividade, como as clausuras dos velhos mosteiros em que muito pouco ou nada havia para fazer ou possuir.

Muitos dos espíritos que, durante a encarnação optaram por uma vida isolada foram espíritos que, na erraticidade, deixaram o orgulho tomar-lhes conta.

Na condição de clausura buscaram quebrar as amarras mentias que os mantinham em busca de posse e poder.

Sabemos que muitas vezes nos questionamos do motivo pelo qual houveram certos comportamentos e práticas dentro da antiga Igreja. Não pretendemos, com isso, dizer que tudo tinha um motivo providencial, mas muitas coisas foram opção dos próprios espíritos que vivenciaram as situações.

No denominado “plano espiritual”, na esfera imediata a crosta, tudo é muito parecido. Existem os grupamentos em sociedades e, como todo grupamento, necessita de líderes e regras a serem seguidas que são ditadas pelos líderes.

Como todo lugar, existem os líderes natos, que sobressaem pela própria condição moral. Todavia, existe um sem número de espíritos que, embora não possuam a elevação necessária, almejam a condição de destaque a qualquer custo. Isto é orgulho.

Esses seres, em decorrência das atitudes tomadas, causam a si próprios os maiores tormentos, cujas consequências se farão sentir mais tarde.

Na Idade Média, o que se observou foram espíritos em longa batalha para se estabelecerem como líderes e as ideias perpetradas foram tentativas exacerbadas pelo orgulho cego.

Os líderes e liderados se perderam em uma sequencia de equívocos desastrosos que conduziram a humanidade às trevas da ignorância.

O passado deverá sempre servir de alerta para o presente e o futuro.

As religiões perderam, de certo modo, a força. Todavia, a humanidade erigiu novos templos onde os mesmos equívocos tornam a acontecer, mas com nomes e aparências diferentes.

O que a inquisição fez em nome de Deus contra a heresia, hoje, em nome da heresia cometem equívocos semelhantes, assassinatos e torturas físicas e mentais, contra o Deus.

No primeiro caso era negada ao indivíduo a opinião contrária à existência de Deus e aos preceitos creditados a Deus.

No segundo caso, a experiência religiosa é negada ao indivíduo e qualquer opinião contrária ao herético, escandaloso, a exacerbação da sensualidade e da busca do poder.

Meus caros Irmãos, é preciso lembrar o motivo pelo qual encarnamos: vivenciar a experiência divina e humana simultaneamente, para podermos fortalecer a condição de Filho de Deus, sem fraquezas ou temores.

Não se pode servir a Deus e a Mamon foram as palavras de Jesus e a história vem demonstrar a verdade deste ensinamento.

Primeiro, a sociedade era forçada a servir a Deus, depois forçada a servir a Mamon.

Queridos Irmão, sirvamos a realidade espiritual que existe em nós, que permitirá viver na Terra sem ser servil aos seus ditadores, seja forçados a Deus ou a Mamon, mas para vivenciarmos a experiência espiritual existente em nós.

Mamon conhecemos bem, Deus ainda é muito desconhecido, o espírito está perto e conhece-lo está no caminho para chegar a Deus.

Muita Paz,

John

GEDE – 26/07/2011



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O OTIMISMO E O CAMINHO DO MEIO


18/08/2011

Há algum tempo publiquei neste site um artigo intitulado “Conselhos Inúteis” que apresentava as ideias (equivocadas) de um profissional de comunicação sobre comportamento no ambiente de trabalho.

Assim como este, existem inúmeros profissionais trabalhando na área motivacional incentivando as mais variadas práticas que conduzem a desarmonia pessoal do indivíduo. Muitos deles publicaram livros sobre o tema.

Dentre os “ensinamentos” que professam está o otimismo exacerbado que conduz a ações impensadas. Neste cadinho também se encontram muitos dos livros de auto-ajuda.

Em artigo publicado na revista Mente e Cérebro (agosto de 2011), intitulado "Quando o Otimismo Faz Mal", escrito em conjunto por professores de psicologia de universidades americanas, os autores contradizem a teoria apregoada.

Primeiramente enfatizam que não existe nenhum estudo científico confirmando que atitudes otimistas por si só possam trazer enormes benefícios, indo mais além, afirmam que recentes pesquisas indicam que em determinadas circunstâncias o otimismo é até prejudicial.

Usar a lente cor de rosa ao vislumbrar o mundo pode trazer sérias consequências, assim como o pessimismo obsessivo.

Buda que viveu a 500AC pregava o conceito do Caminho do Meio. Este ensinamento, logicamente, não deve ser aplicado a somente um tipo de situação, mas em todo os setores da vida, seja profissional, amoroso, social, financeiro, etc. É possível concluir que todos exagero deve ser considerado como um desvio de conduta que, forçosamente, acarretará desarmonias internas, conduzindo, assim, a situações de desequilíbrio no sistema orgânico que, consequentemente afetará a saúde.

Atitudes mentais viciosas funcionam como um tipo de auto hipnotismo. Quando o pensamento se mantém fixo em determinado assunto, favorece a concentração de apenas um tipo de ondas mentais, em detrimento de tantas outras que também são necessárias. Nestas condições é de se esperar o surgimento de um foco de desarmonia.

Mais precisamente sobre o tema em questão, encontramos n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X – Bem Aventurados Os Que São Misericordiosos, item 20, em ditado pelo espírito que se apresenta como S. Luis, que ver o bem em tudo, isto é, não analisar as situações com as quais no deparamos é prejudicial, como transcrito a seguir:

20. Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?

Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos?

Temos, então, que o melhor e mais seguro compêndio de psicologia e auto ajuda é o Pentateuco Espírita. Portanto, na divulgação espírita, devemos sempre manter a atenção para não incluir “modismos” nos ensinamentos transmitidos.



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PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE MEDIUNIDADE


01/09/2011

1. Por que ainda não conseguimos uma comunicação nítida de pensamentos entre encarnados?

Tal meio de comunicação é denominado de “mediunidade”. Assim, os processos mediúnicos, que hoje são restritos a algumas pessoas e ainda de difícil entendimento é a forma mais básica de comunicação entre espíritos. Diante das dificuldades sobre a mediunidade pode-se inferir o motivo pelo qual ainda não se consegue comunicações direta, isto é, ainda não se possui estrutura nem conhecimento para manter este meio de comunicação.


2. O médium ostensivo pode ter uma melhor percepção dos pensamentos que são lhe enviado?

Sim e não. Não é uma regra geral. A capacidade de percepção dos pensamentos enviados é mais apurada naquele que se conhece, desta forma, médiuns ostensivos ou não precisam do auto-conhecimento, pois só assim o indivíduo poderá distinguir entre os pensamentos próprios e os alheios.


3. O envio de um pensamento consciente a um encarnado tem um maior efeito?

O efeito estaria mais relacionado com a vontade, pois vontade forte ou fraca independe da consciência do fato. Os espíritos dizem que o pensamento e a vontade são ambos necessários para os fenômenos, seja qual for, ocorrerem.


4. Um indivíduo equilibrado mentalmente possui melhor percepção do pensamento?

A resposta ainda permanece a mesma, pois o importante é o auto-conhecimento, o indivíduo equilibrado também precisa se conhecer. Como poderia alguém identificar um móvel novo em casa se não conhece o que tem nela?


5. A prece feita a uma pessoa constitui algum envio de pensamento a ela e que ela possa captar?

A prece em favor de alguém está atrelada ao envio de pensamentos, se ela vai captar ou não dependerá da sua capacidade e do auto-conhecimento. É preciso deixar claro que “perceber” e “identificar” são duas coisas distintas. O indivíduo pode perceber algo, uma sensação diferente, mas não necessariamente identificar o pensamento que lhe é enviado.


6. Existe alguma faculdade mediúnica capaz de ouvir, ver ou sentir pensamentos de encarnados?

As percepções de forma geral se resumem a este processo. É possível perceber a presença e o sentimento do espírito sem que haja o transe mediúnico propriamente dito.


7. A empatia é uma transmissão do pensar?

Sim, é decorrente da afinidade de pensamentos e sentimentos.


8. Uma pessoa em estado de desdobramento consegue inspirar outra pessoa encarnada?

Sim, afinal de contas, todos são espíritos, encarnados ou não, e durante o desdobramento recobra-se a liberdade do espírito desencarnado.



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A HORA DA MORTE É UMA FATALIDADE?


20/09/2011

A questão da morte em todos os pontos é sempre muito intrigante e gera numerosas dúvidas e questionamentos. Um das principais perguntas que naturalmente surge é se todos temos já programado, ao nascer, a data e a hora em que desencarnaremos.

Para esta questão das mais intrigantes não existe uma resposta definitiva, pois várias incógnitas precisam ser avaliadas e muitas delas não são equacionáveis com o conhecimento disponível.

Contudo, algumas ponderações podem ser feitas para iluminar um pouco a mente. Analisando a questão 243 d’O Livro dos Espíritos, temos:

E o futuro, os Espíritos o conhecem?

“Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entrevêem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, tanto mais claramente o Espírito descortina o futuro. Depois da morte, a alma vê e apreende num golpe de vista suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe reserva. Para que tal aconteça, preciso é que, ao cabo de múltiplas existências, se haja integrado nele.”


Verificamos, então, que a existe a possibilidade de se “ver” o futuro.

Mesmo que seus portadores não sejam ainda espíritos evoluídos, a mediunidade de dupla vista possibilita que alguém “veja” a hora da própria desencarnação ou de outrem e, desta forma, diríamos que temos data para desencarnar.

Contudo, na questão 243a d’O Livro dos Espíritos, temos:

Os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta têm conhecimento completo do futuro?

“Completo não se pode dizer, por isso que só Deus é soberano Senhor e ninguém O pode igualar.”

Verificamos, então, a impossibilidade de se conhecer o futuro completamente, mesmo para os mais evoluídos, assim, existiriam outras interferências neste futuro que escapa à percepção do espírito, cabendo somente a Deus.

Podemos então considerar que, apesar de poder ser “visto”, o futuro pode ser alterado por processos desconhecidos. Desta forma, diríamos que não temos data para desencarnar.

Apesar de o tema ser muito interessante, o que importa mesmo para a nossa vida é a avaliação apresentada na Codificação sobre o fluido (ou princípio) vital, pois isto sim influenciará em uma desencarnação prematura ou não.

Na questão 62 ainda d’O Livro dos Espíritos, temos:

Qual a causa da animalização da matéria?

“Sua união com o princípio vital.”

Em comentário de Kardec após a questão 70 d’O Livro dos Espíritos, é dito que:

“A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie. Alguns há que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto os outros o possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante.

“A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm.”

No livro A Gênese, Cap. X, item 18, temos:

“ Combinando-se sem o princípio vital, o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono unicamente teriam formado um mineral ou corpo inorgânico; o princípio vital, modificando a constituição molecular desse corpo, dá-lhe propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, tem-se uma molécula de matéria orgânica.

“A atividade do princípio vital é alimentada durante a vida pela ação do funcionamento dos órgãos, do mesmo modo que o calor, pelo movimento de rotação de uma roda. Cessada aquela ação, por motivo da morte, o princípio vital se extingue, como o calor, quando a roda deixa de girar.”

Como podemos perceber, a vida orgânica está relacionada com a quantidade de fluido vital presente e a sua manutenção pelo funcionamento dos órgãos. Quando o fluido é completamente gasto em decorrência do mal uso ou do desgaste dos órgãos físicos ocorre a desencarnação.

A vida deve ser gerenciada da melhor forma possível. Hábitos saudáveis, tanto materialmente quanto mentalmente falando, ajudam a prolongar a vida orgânica, mas, o que é ainda mais importante, um prolongamento ativo, com qualidade de vida.



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VISUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA


10/10/2011

Os conceitos de como interagimos e enxergamos o mundo ao nosso redor sempre esteve em constante transformação ao longo dos séculos. Atualmente, diante das mudanças constantes, não poderia ser diferente e estas novas abordagens repercutem em todas as áreas, dentre elas, a medicina.

A medicina convencional como aplicada no sistema de saúde é incapaz de manter os cidadãos adequadamente cuidados, as intervenções, sejam cirúrgicas ou medicamentosas, são muito dispendiosas e, mesmo para aqueles que possuem poder aquisitivo suficiente, percebe-se um sistema congestionado, onde os caríssimos exames estão agendados por meses.

No livro A Pratical Guide to Vibrational Medicine, Richard Gerber, médico americano, apresenta a comparação entre a medicina convencional e o que ele determinou de "medicina vibracional", reproduzido no quadro a seguir:
Conceitos semelhantes são apresentados por outros autores, tais como Amit Goswami e Fritjof Capra, ambos físicos.

Esta nova visão da medicina vai, lentamente, tomando forma e conscientizando cada vez mais pessoas e, principalmente, profissionais da área médica.

Dentre as várias abordagens da medicina vibracional podemos citar a visualização terapêutica, forma simples e sem custo, como complemento para manutenção da saúde física e mental e está ao alcance de todos.

A terapia consiste em imagens mentais direcionadas para uma finalidade específica, voltada para a saúde ou seu restabelecimento, mesmo diante de enfermidades consideradas graves, pois esta técnica é utilizada por profissionais em casos de câncer e pacientes terminais, como consta dos livros Sabedoria Incomum (Fritjof Capra), Com a Vida de Novo (Carl Simonton) e do artigo Programa de Treinamento Sobre Intervenção Terapêutica "Relaxamento, Imagens Mentais e Espiritualidade" -RIME- para Ré-significar a Dor Espiritual em Pacientes Terminais (Revista de Psiquiatria Clínica , 34, suplemento 1, 60-71, 2007).

Joanna de Ângelis (espírito) aborda esta questão especificamente e a apresenta em cd intitulado Visualizações Terapêuticas- Viagem Interior.

Talvez seja o momento de começarmos a pensar no conceito de MEDICINA ESPÍRITA que englobaria as medicinas convencional e alternativa, todavia, também incluiria o tratamento espiritual e consideraria questões obsessivas, expiatórias e provacionais. Este conceito será tema para um estudo mais aprofundado.

A visualização terapêutica foi o tema do debate de 08/10/2011 no GEDE. Tanto o material apresentado e o áudio do estudo podem ser acessados aqui.



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O MÉDIUM, O ANIMAL E A MESA


27/10/2011

A comunicação mediúnica, quando um espírito deseja passar uma mensagem, não usa uma codificação por palavras, mas o pensamento que são as ondas de exteriorização dos processos mentais, ou melhor, do sistema de relações que constituem a mensagem em si.

Começamos, então, a distinguir entre conceito ou ideia (a mensagem) e informação (uma mensagem é constituída por um grupo de informação e suas relações). A dificuldade em traduzir um conceito novo em palavras para outra pessoa ou grupo reside no fato de ser necessário passar todo o sistema de relações para que seja inteligível. A informação, por sua vez, é mais fácil, pois basta ser codificada em uma linguagem comum.

Portanto, um médium, no trabalho de comunicação, capta um sistema de relações entre diferentes informações que geram um conceito. A comunicação mediúnica não se dá por palavras, uma após a outra, e o médium formaria as frases, mas ocorre em blocos – um bloco seria um conceito já pronto.

O “tamanho” do bloco dependerá da capacidade de processamento do espírito ao emitir e da capacidade de processamento do médium ao receber. Esta capacidade de processamento do espírito comunicante e do médium é que deve ser ajustada para que a comunicação ocorra, em outras palavras, se o espírito for mais elevado que o médium deverá, então, reduzir a velocidade de processamento, enquanto que caberá ao médium elevar a sua para que possam estabelecer um nível ótimo de comunicação. Caso este nível não seja atingido, o espírito comunicante procurará um médium mais capacitado.

Ao tentar se utilizar de um médium incapaz, o comunicante deverá transmutar o conceito em palavras para serem ditadas. Neste caso, deixa de ser um fenômeno inteligente para se tornar um efeito físico, como as batidas da mesa de que Kardec se utilizou no início de sua tarefa. Então, podemos dizer que na comunicação inteligente o conceito é emitido como um bloco inteiro e na comunicação por efeito físico o conceito é codificado em palavras para serem emitidas como no acesso de computadores aos arquivos gravados em disco.

Nesta abordagem fica claro a diferença entre o médium, a mesa e os animais. O médium recebe o conceito e codifica em palavras para serem passadas adiante, enquanto a mesa é apenas um instrumento para o espírito assim como o lápis o é para o medianeiro. Os animais, por sua vez podem captar o conceito através do sentimento que este carrega, mas não são capazes de codificar em palavras, portanto, não são médiuns na acepção da palavra.

Pode-se, então, compreender André Luiz (espírito), no livro Mecanismos da Mediunidade, quando diz que “Os elementos suscetíveis de condensar essas possibilidades, no campo magnético da conjugação mediúnica, expressam-se na capacidade conceptual e interpretativa na região mental do médium, que acumulará os valores recebidos da entidade que o comanda, devolvendo-a com a possível fidelidade ao serviço do circuito mediúnico na ação do intercâmbio.” e completa “Tanto quanto lhes seja possível, devem os médiuns alimentar esse pensamento ou recurso condutor, sempre mais enriquecido dos valores de tempo e condição, sentimento e cultura, com o alto entendimento da obra de benemerência ou educação a realizar.”



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COMO SERÁ O MUNDO DE REGENERAÇÃO?


21/11/2011

Na parte terceira, Cap. IX d’O Livro dos Espíritos encontramos esclarecimentos sobre a relação entre o espírito, a sua encarnação e os outros. Este capítulo que é intitulado “Lei de Igualdade” traz os seguintes subitens:

1. Igualdade natural;
2. Desigualdade das aptidões;
3. Desigualdades sociais;
4. Desigualdade das riquezas;
5. As provas de riqueza e de miséria;
6. Igualdade dos direitos do homem e da mulher;
7. Igualdade perante o túmulo.

Percebemos que, apesar do título estar relacionado com a igualdade, o capítulo explica sobre as desigualdades que percebemos ao nosso redor o que, na primeira impressão, não é tão fácil de compreender.

A dificuldade de entendimento tem sua raiz nos pontos que consideramos em nossa avaliação, pois nossa análise, normalmente, é do ponto de vista material, na qual damos mais importância ao "ter" do que ao "ser". A igualdade, portanto, está no "ser" e nas necessidades e oportunidades como espirito que todos somos, sendo que cada um tem necessidades específicas em cada momento que será manifesto través das desigualdades materiais.

O ponto fundamental é apresentado na questão 803:

Perante Deus, são iguais todos os homens?

“Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez Suas leis para todos.

Portanto, Deus cuida de todos igualmente em suas necessidades evolutivas. E a condição que nos encontramos é necessária para a própria evolução no momento presente.

Por outro lado, dentro da questão material, muito se tem a avaliar. Os espíritos responsáveis pela Codificação deixam muito claro na questão 808:

A desigualdade das riquezas não se originará das faculdades, em virtude da qual uns dispõem de mais meios de adquirir bens do que outros?

“Sim e não; e da astúcia e do roubo, que me dizeis?”


Esta resposta deve ser motivo de muita análise, dada a sua complexidade, para podermos compreender: quanto das riquezas de uma pessoa é decorrente de sua própria capacidade; quanto é decorrente de desvios de caráter, lesando outras pessoas e quanto ainda é aceito pelas leis humanas, ou melhor, pelo desvirtuamento destas leis?

As consequências das nossas ações não serão avaliadas segundo o comportamento geral, portanto não devemos nos basear no comportamento geral da população, mas baseado no que seja adequado ou não. Por isso que, na questão 803 apresentada anteriormente, fica claro que as "Leis são para todos" igualmente.

O processo evolutivo ocorre no coletivo, mas a evolução é individual. Assim, não se está atrelado à coletividade, pois se esta se mantém estagnada, o espírito que evoluiu segue o seu caminho em outros mundos, se for necessário.

Desta forma, devemos imaginar que a passagem do planeta Terra de “mundo de expiações e provas” para “mundo de regeneração” deverá ser uma questão de logística, isto é, se a maioria dos espíritos que habitam o orbe se transformarem, o mundo se transforma juntamente, caso contrário os espíritos que evoluíram passariam para outro mundo, enquanto este, consequentemente permaneceria como está ou, o que seria pior, poderia se degenerar.

A degeneração da Terra como mundo, contudo, seria de ordem material e esta situação pode ser verificada ao se analisar as condições de habitabilidade do globo hoje e no futuro próximo, caso a humanidade continue com a atitude extrativista desordenada do globo e o desrespeito pelo ambiente em que vive e com os semelhantes.

Os espíritas, em geral, “sonham” com o mundo de regeneração, mas devemos nos perguntar como será o mundo de regeneração se este planeta chegar a esta condição.

Imaginamos um mundo de regeneração com alta tecnologia, moradia e conforto para todos, celulares, computadores, robôs fazendo o trabalho doméstico... Mas será assim? Não necessariamente.

No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III - Há muitas moradas na casa de meu Pai, encontramos uma descrição de como são os mundos de regeneração:

Mundos de regeneração: Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro...

Certamente, então, o mundo de regeneração não será, necessariamente, caracterizado por alta tecnologia, pois a sua finalidade é voltada principalmente para o desenvolvimento moral e não o intelectual, etapa em que observamos no presente.

Portanto, materialmente falando, o mundo poderá ser, inclusive, menos adiantado.

Como exercício mental, poderemos perguntar: Qual seria a resposta da questão 808 se fosse elaborada em um mundo de regeneração? Poderíamos imaginar a seguinte resposta:

A desigualdade das riquezas não se originará das faculdades, em virtude da qual uns dispõem de mais meios de adquirir bens do que outros?

“Sim; contudo a finalidade principal de todas as atividades é estabelecer o bem geral, independente das possibilidades individuais.”




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CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASSE


30/11/2011

Percebemos que existem muitos conflitos em relação ao procedimento para ministrar o passe nas casas espíritas. Cursos são ministrados no intuito de uniformizar todo o gestual relativo ao que pode ser denominado de “procedimento de passe”.

Uma pergunta que todos devem fazer é: Existe um procedimento para o passe? E se existe, qual seria este procedimento?

Fala-se muito, também, em “retirar” os fluidos negativos ou de baixo teor. Seria realmente necessário promover uma retirada deste fluido? É efetivo o gestual relativo ao denominado “dispersivo”?

No Cap. VIII, Bem-aventurados os que têm puro o coração, do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos as seguintes passagens:

2. Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. - Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” - E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (MARCOS, cap. X, vv. 13

20. Meus bons amigos, para que me chamastes? Terá sido para que eu imponha as mãos sobre a pobre sofredora que está aqui e a cure? ... Vianney, cura d'Ars. (Paris, 1863.)


Vemos, portanto, que as citações se referem apenas à imposição das mãos e não a gestual complexo envolvendo movimentos específicos para diferentes finalidades. Conforme consta no livro A Gênese, Cap. XIV, item 14, “Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.”

Portanto, a qualidade do fluido e o seu movimento serão decorrentes de processos mentais e não serão conduzidos por movimentos das mãos. O importante durante o passe é o estado mental do médium, sua vontade de auxiliar e o conhecimento técnico dos processos espirituais para não se distrair com idéias outras.


Veja um estudo mais completo em: O Passe Espírita





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O DOUTRINADOR NA TAREFA DE DESOBSESSÃO


14/12/2011

Sabemos que os nomes ou denominações pouco importam, mas é necessário o perfeito entendimento para realizar uma tarefa adequadamente, independente da denominação pela qual é comumente conhecida.

Os trabalhos de desobsessão realizados nas casas espíritas são voltados para o esclarecimento de espíritos desencarnados, compostos por médiuns de incorporação e/ou psicofônia, médiuns para sustentação do ambiente e o doutrinador que gerencia a atividade e conversa com o espírito manifestante.

Vale ressaltar a importância da atividade, haja vista que, ao que se sabe, são os únicos locais que se dedicam a este mister.

Todavia, o termo "doutrinar", segundo o Dicionário Michaelis, significa "Pregar à maneira de doutrina; Instruir em uma doutrina". Portanto, poderíamos supor que a tarefa do doutrinados seria instruir acerca da Doutrina Espírita ou dos ensinamentos de Jesus, acreditando que deve buscar a conversão do espírito que se manifesta. Porém, não se resume a isto.

A tarefa consiste em enxergar o manifestando como um necessitado de carinho e atenção, muitas vezes o que ele busca e necessita são de palavras amigas de compreensão das suas mazelas. Palavras austeras sobre qualquer doutrina são infrutíferas diante daquele que sofre.

O doutrinador deverá enxergar o manifestante como um igual, um irmão, nunca com ares de superioridade, na condição de esclarecido e salvador.

C. G. Jung, no livro A Prática da Psicoterapia, aborda temas muito interessantes e que são úteis para o trabalho de tratamento a irmãos em desalinho:


1. “O relacionamento médico-paciente tem que ser um processo dialético.” (dialética: 1. A arte de discutir. 2. Argumentação dialogada, segundo a filosofia antiga. - Dicionário Michaelis)

2. “Se, na qualidade de psicoterapeuta, eu me sentir como autoridade diante do paciente e, como médico, tiver a pretensão de saber algo sobre sua individualidade e fazer afirmações válidas a seu respeito, estarei demonstrando falta de espírito crítico, pois não estarei reconhecendo que não tenho condições de julgar a totalidade da personalidade que está lá à minha frente”

3. “Por isso, que eu queira que não, se eu estiver disposto a fazer o tratamento psíquico de um indivíduo, tenho que renunciar à minha superioridade no saber, a toda e qualquer autoridade e vontade de influenciar.”

4. “Tenho que optar necessariamente por um método dialético, que consiste me confrontar as averiguações mútuas.”

5. “Mas também é óbvio que, em se tratando de naturezas complicadas e de nível intelectual elevado, nada se consegue através de conselhos benevolentes, sugestões, ou tentativas de convertê-las para este ou aquele sistema.”


No trabalho de esclarecimento aos espíritos desencarnados, tarefa extremamente complexa e variada, devemos ter sempre em mente a humildade, isto é, a certeza de que sabemos muito pouco sobre a aflição, física ou mental, daquele que se apresenta; saber ouvir; saber falar propriamente; estar devidamente preparado e; acima de tudo, trocar com o aflito e aprender.



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