Sobre Espiritismo    
Claudio C. Conti    



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Memória da Água

Deve-se Expor a Vida por Outrem?

Budismo e Espiritismo

O Espiritismo e a Hermenêutica

Diferentes Ordens dos Espíritos

Sede Perfeitos

A Lei dos Destinos

Prece - Psicofonia

A Necessidade do esquecimento do passado

O espírita deve estudar O Novo Testamento?

Equivalência de Espíritos e o Mundo de Regeneração

Passes nos Casos de Depressão

Recordação da Existência Corpórea

Prece - Psicofonia

A Natureza Humana

O Espiritismo e a Páscoa

Quem é o próximo?
A resposta não é simples

Prece - Psicofonia

O Espírita e o Escândalo

As Várias Faces do Amor

Sistema Único de Saúde Espiritual

A Imanência de Deus e o Mal

MEMÓRIA DA ÁGUA


15/12/2013

O Prêmio Nobel de 2008 foi concedido ao virologista francês Luc Montagnier em decorrência do seu trabalho sobre HIV. Dois de seus artigos científicos publicados em 20091,2 tratam do fato de ondas eletromagnéticas emanarem de soluções altamente diluídas de DNA. Em dezembro de 2010 ele anunciou sua pretensão em desenvolver pesquisa sobre estes sinais que, segundo o cientista, pode revelar a origem de enfermidades devido a vírus ou bactérias, incluindo doença de Alzheimer e autismo3.

Os estudos do citado cientista demonstram que, apesar de ausência de moléculas de determinada substância em soluções altamente diluídas, mas após um contato íntimo entre soluto e diluente, a informação referente ao composto ativo permanece. Quando perguntado sobre a homeopatia, Luc Montagnier respondeu:


“Não posso dizer que a homeopatia está certa em tudo. O que posso dizer é que altas diluições estão certas. Altas diluições de alguma coisa não é coisa alguma. São estruturas de moléculas de água que simulam a molécula original. Nós obtemos os mesmos resultados com DNA, não podemos trabalhar com as mesmas diluições da homeopatia, podemos chegar a 10-18 diluições, mas mesmo nestas diluições pode ser calculado que não existe uma única molécula de DNA, mas mesmo assim detectamos o sinal correspondente.” 3 (tradução livre).


Outro estudo sobre efeito semelhante foi constatado através de vários experimentos considerando a ação da informação direcionada pelo pensamento na estrutura da água ao se solidificar, isto é, na formação de cristais de gelo. Foi observado que intenções boas conduzem a formação de cristais harmoniosos, bem definidos e com boa conformação; em contrapartida, intenções negativas conduzem a cristais de gelo disformes, sem nenhuma beleza4.

Os processos envolvidos não correspondem às leis deterministas das reações químicas, mas estão relacionados com “informação”. Supõe-se, sob a ótica espírita, que esta informação poderá ser trabalhada pelo espírito.

A Doutrina Espírita, no século XIX, trouxe preciosos conceitos sobre estas questões, pois, até então, pouco ou nada se sabia sobre a essência da matéria, da potencialidade dos processos mentais e, especialmente, que são exteriorizados através do pensamento, podendo, através deste, atuar sobre os corpos materiais5,6,7.

Segundo O Livro dos Espíritos5, a expressão dos corpos densos na Terra, mesmo 8aqueles considerados simples, são decorrente de modificações da matéria elementar, mais sutil. Esta matéria elementar é o fluido cósmico que pode experimentar todas as modificações e adquirir todas as propriedades9.

N’O Livro dos Médiuns10, Cap. VIII, intitulado “Laboratório do Mundo Invisível”, Kardec apresenta um resumo da teoria da interação entre pensamento e matéria trazida pelo espírito São Luís: “O Espírito atua sobre a matéria; da matéria cósmica universal tira os elementos de que necessite para formar, a seu bel-prazer, objetos que tenham a aparência dos diversos corpos existentes na Terra. Pode igualmente, pela ação da sua vontade, operar na matéria elementar uma transformação íntima, que lhe confira determinadas propriedades.”

Em linhas gerais, o espírito elabora processos mentais e o pensamento seria a sua exteriorização que, de certa forma, transporta a informação relativa ao processo mental que a originou.

Desta forma, não apenas a água é capaz de reter informação, mas todo corpo material. Todavia, a água apresenta numerosas facilidades para testes e uso em tratamentos, pois não apresenta contraindicação, grande disponibilidade e fácil ingestão, dentre tantas outras. Importa ressaltar que o espírito influi no próprio corpo humano segundo o tipo de pensamento que emite. 11



Referências:

1. Luc Montagnier, J. Aäissa et al; "Electromagnetic Signals Are Produced by Aqueous Nanostructures Derived from Bacterial DNA Sequences". Interdisciplinary Sciences: Computational Life Sciences; 6 January 2009; Volume 1; Number 2; 81–90.

2. ___; "Electromagnetic detection of HIV DNA in the blood of AIDS patients treated by antiretroviral therapy". Interdisciplinary Sciences: Computational Life Sciences; 3 July 2009; Volume 1; Number 4; 245–253.

3. Science Magazine; News of the Week Section; 24 december 2010; Volume 330.

4. Masaru Emoto; “As Mensagens da Água”; Tradução Equipe Técnica da Editora ISIS; Editora ISIS; 2004.

5. Allan Kardec; “O Livro dos Espíritos”; Tradução Guillon Ribeiro; 76ª edição, FEB, [1857] 1995.

6. ___; “O Livro dos Médiuns”; Tradução Guillon Ribeiro; 62ª edição, FEB, [1861] 1996.

7. ___; “A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”; Tradução Guillon Ribeiro 36ª edição, FEB, [1868] 1995.

8. ___; “O Livro dos Espíritos”; Tradução Guillon Ribeiro; 76ª edição, FEB, [1857] 1995; Questão 31.

9. ___; “O Livro dos Espíritos”; Tradução Guillon Ribeiro; 76ª edição, FEB, [1857] 1995; Questão 33.

10. ___; “O Livro dos Médiuns”; Tradução Guillon Ribeiro; 62ª edição, FEB, [1861] 1996; Cap. VIII, itens 129-130.

11. Claudio C. Conti ; “Homeopatia – Uma Abordagem Energética”; http://ccconti.com/AME/HomeopatiaAMEtxt.pdf, 2011.



Artigo publicado na Revista de Cultura Espírita – ICEB, março de 2013

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DEVE-SE EXPOR A VIDA POR OUTREM?


26/11/2013

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 15, encontramos um questionamento de Kardec se deve-se ou não correr risco de vida para salvar um malfeitor; Lamennais, o espírito que respondeu, disse que responderia segundo seu adiantamento moral e, ainda, que esta questão se trata efetivamente de saber se se deve expor a vida por outrem, mesmo por um malfeitor.

Nesta pequena avaliação, seguirei o exemplo de Lamennais e, ao invés de debater sobre sua resposta, tentarei abordar esta questão segundo o meu próprio adiantamento moral.

Comecemos pelos mandamentos segundo Jesus:


“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”


Quando escutamos a parte que diz “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito” soa agradável aos ouvidos, pois sugere elevação e até acho que posso fazer. Todavia, apesar do parco entendimento sobre questão relacionadas a divindade, tenho noção de que eu não amo a Deus desta forma, pois nem sei exatamente o que este "amor" significa.

Além disso, o Novo Testamento apresenta duas histórias (ou estórias, porém servem como ensinamento) que demostra reações humanas: 1) a traição de Judas e; 2) as três vezes que Pedro negou Jesus. Estes relatos são para nos lembrar de que, mesmo diante de Jesus, ainda colocamos nossos interesses pessoais em primeiro plano.

Porém, ao escutar a segunda parte “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” tenho sensações ambíguas, pois quando considero os afetos como "próximo" até soa bem, todavia, quando por "próximo" penso nos desafetos, tenho a sensação de que estaría fazendo uma concessão ao outro.

Fica a questão: Quem são nossos próximo?

A resposta não é tão simples quanto parece, pois é preciso considerar a Parábola do Bom Samaritano, que diz (ESE Cap. XV):




2. ... o doutor da lei, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
- Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto.
- Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante.
- Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante.
- Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
- Jesus perguntou: Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões?
- O doutor respondeu:
- Aquele que usou de misericórdia para com ele.
- Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo.


Vemos que, ao considerarmos a parábola apresentada, a resposta para a pergunta Quem são nossos próximos? seria: Aqueles para quem agimos como gostaríamos que agissem conosco.


Conclusão:

--- Enquanto apenas tivermos próximos estaremos como o homem caído à beira da estrada, isto é, em sofrimento.
--- O caminho para a cessação do sofrimento é passarmos a ser o próximo dos outros.



Todavia, todo cuidado é pouco, pois também é preciso considerar o ensinamento que diz (ESE, cap. XII): “Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que os amam? - Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? - Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma.”

Esta abordagem se torna particularmente interessante quando consideramos os espíritos elevados, tal como Jesus, pois parece, à primeira vista, que Jesus pode ser nosso próximo, mas não teríamos condições de ser o próximo de Jesus. Todavia, a resposta também se encontra no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV:


“Então, responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? - Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos; ou despido e te vestimos? - E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? - O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes.”


Para Jesus todos nós somos seus próximos, mas Jesus ainda não é o próximo de todos.

Agora podemos entender por que foi dito que abordaria esta questão em acordo com meu adiantamento moral. Esta visão carrega certa dose de egoísmo, pois o maior peso é o fim do sofrimento pessoal, enquanto que o fim do sofrimento do outro é secundário, todavia, o entendimento do processo é um bom começo.

A resposta de Lamennais caracteriza a abordagem de um espírito elevado, pois ele diz que “O devotamento é cego; socorre-se um inimigo; deve-se, portanto, socorrer o inimigo da sociedade, a um malfeitor..." e que "Podes salvá-lo, salva-o!".

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BUDISMO E ESPIRITISMO


14/11/2013

Tenzin Gyatso, mais conhecido como o 14º Dalai Lama, representante, ou melhor líder político e religioso do movimento budista segundo a tradição tibetana, no diz, no livro intitulado O Mundo do Budismo Tibetano, que os princípios fundamentais do budismo, como filosofia, também podem ser encontrados em várias outras vertentes de pensamento e filosóficas e, para isso, é necessário a aceitação dos princípios conhecidos como os Quatro Selos, que são:


1) Todos os fenômenos compostos estão impermanentes;
2) Todas as coisas e eventos contaminados são insatisfatórios;
3) Todos os fenômenos são vazios e desprovidos de existência inerente;
4) Nirvana é a verdadeira paz.


Portanto, ainda segundo o Dalai Lama, "qualquer sistema que aceite os Quatro Selos é, filosoficamente, uma escola de pensamento budista". Importa ressaltar que o Budismo data de cerca de dois mil e quinhentos anos.

Analisando e comparando este conceito sob uma perspectiva espírita, que data de pouco mais que cento e cinquenta anos, podemos perceber alguma semelhança, se não uma perfeita identificação.

Assim sendo, encontramos no Espiritismo os seguintes conceitos:


1) O fenômeno de plasmagem se caracteriza pela ação do pensamento sobre o fluido, formando estruturas e situações cuja duração dependerá da intensidade e insistência por parte do espírito no padrão mental específico;

2) Os desregramentos do espírito conduzem à consequências desagradáveis, cujo grau será proporcional a ação que o gerou;

3) A vida real é a vido do espírito, o mundo físico, transitório, é um caso particular para que o espírito possa vivenciar experiências necessárias para o sua evolução, portanto, não sendo a finalidade da criação em si mesma, existirá apenas enquanto for necessário;

4) A felicidade é a condição do espírito evoluído, desprendido da matéria, portanto, sem a necessidade da encarnação.


Comparando os ensinamentos acima, percebemos a similaridade de conceitos. Considerando que o Budismo está presente no mundo como uma doutrina muito antes do Espiritismo, podemos aceitar que o Espiritismo é "filosoficamente, uma escola de pensamento budista".

Outro ponto em comum é que ambas vertentes buscam a cessação do sofrimento através da perfeita compreensão do ser sobre sua condição na Terra e a possibilidade de alcançar patamares de elevação espiritual e, consequentemente, condições mais amenas de existência, quando a felicidade seria vivenciada em profundidade e perenemente.

Joanna de Ângelis, valoroso espírito que se dedica ao esclarecimento dos seus irmãos que se encontram na caminhada evolutiva, dedicou o livro intitulado Plenitude para a cessação do sofrimento trazendo conceitos espíritas e budistas. Na introdução da obra encontramos o seguinte: "De Krishina a Buda, a Jesus, a Allan Kardek, a visão religiosa e filosófica sobre o sofrimento recebeu valiosas contribuições, que hoje, no esforço dos modernos cientistas da saúde holística, parece alcançar um grau maior de entendimento do homem e do seu inter relacionamento com as forças vivas da natureza, refletidas na ecologia, ensejando uma compreensão maior da vida e da sua finalidade".

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0 ESPIRITISMO E A HERMENÊUTICA


16/10/2013

A Hermenêutica se caracteriza pelo uso do método interpretativo no estudo de um texto qualquer, visando o entendimento além das palavras apenas. No processo hermenêutico passa a ser fundamental o conhecimento do autor, sua época e costumes, o porquê do texto e inclui, ainda, o próprio leitor.

Podemos salientar dois pontos principais:


a) O autor não deve ser avaliado por um escrito apenas, mas um conjunto de obras deverá ser objeto de estudo para que o leitor possa se familiarizar com suas expressões mais comuns e os significados correspondentes;

b) O próprio leitor deve estar ciente do seu conhecimento e interesses para que possa analisar o texto tentando suprimir suas ideias preconcebidas, interferindo o menos possível no significado que apreende.


Ao estudarmos a Codificação Espírita devemos ter estes conceitos em mente; precisamos conhecer a formação do Codificador, assim como avaliar cada informação baseado na obra como um todo, e não por uma questão ou item apenas, pois poderemos incorrer em equívocos que dificultarão o entendimento do que os espíritos e Kardec quiseram demonstrar.

Uma grande pedra de torpeço no movimento espírita é o livro A GÊNESE e serve como um exemplo claro.

Muitos acreditam se tratar de um livro de ciências e, como tal, estaria ultrapassado, necessitando de revisão. Todavia, apenas os incautos poderiam imaginar que um autor da envergadura de Kardec (educador por mais de trinta anos e conhecedor das ciências) incluiria, numa obra que deveria transcender o tempo, temas que estariam obsoletos em poucos anos. Além do que, o conhecimento científico, mesmo na época de Kardec, não caberia em um livro apenas.

O último livro da Codificação a ser escrito deixa um legado importantíssimo, pois nos ensina a pensar, usar a razão e analisar as descobertas e avanços científicos sob a luz da Doutrina Espírita.

Uma doutrina que liberta e que, ao mesmo tempo, é progressista, se caracterizando por estar aberta a abraçar e incorporar, no seu corpo doutrinário, os novos avanços da humanidade deve, também, instruir como estes avanços serão analisados antes de serem absorvidos, além de esclarecer quanto a tantos pontos obscuros de uma ciência humana.

O livro A Gênese, portanto, se caracteriza pelo exercício da razão e nos norteia sobre os acontecimentos futuros.

Outra grande questão que suscita equívocos de entendimento é o "princípio inteligente". Sob a análise hermenêutica, considerando o conjunto da obra para avaliar uma questão apenas, ficaria claro que o conceito de "princípio inteligente" visa distinguir do "princípio material" apenas e não a outro "ser", pois devemos sempre lembrar que Deus cria espíritos, seus filhos, e por espírito devemos entender o ser inteligente que anima a matéria, seja ela de que tipo for, inclusive as mesas girantes que motivou Kardec a estudar o fenômeno.

Sob uma análise hermenêutica da obra Kardequiana, haveria uma consciência dentre os espíritas de que esta não deve ser alterada sob hipótese alguma, e não haveria a grande enxurrada de notas de editor e/ou tradutor, pois estariam cientes do grave dano que causam ao induzir o leitor à ideias pessoais como se fossem de Kardec ou dos espíritos responsáveis, além, é claro, de inviabilizar o seu estudo hermenêutico, portanto, completo.

Conclamamos, portanto, os espíritas a terem consciência e o devido respeito pelo trabalho de Kardec, deixando sua obra intacta. Se assim o desejarem, que escrevam seus próprios livros para expor suas ideias e conceitos e, com isso, também poderemos utilizar o método hermenêutico para avaliar o que foi exposto, assimilando ou não, conforme a conclusão a que o leitor chegar.

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DIFERENTES ORDENS DOS ESPÍRITOS


24/09/2013

Ao longo da evolução humana surgiram algumas interpretações sobre a existência de seres extracorpóreos existindo independentemente ou não ao corpo. Um ponto em comum entre estas formas de entendimento seria a existência de certa hierarquia entre estes seres: distinções entre bons e maus em variadas gradações, anjos, arcanjos, demônios, diabretes, etc.

Visando esclarecer tema tão complexo, na questão 96 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: “São iguais os Espíritos, ou há entre eles qualquer hierarquia?” E obtém como resposta: “São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado.”

Verifica-se, portanto, que realmente existe diferença entre os espíritos englobando, obviamente, encarnados e desencarnados. Todavia, isto não significa que haja algum tipo de privilégio, pois, como bem apresentado na questão 804, os espíritos são iguais. As diferenças existentes são decorrentes do grau de perfeição que chegaram.

Sendo Deus a infinita bondade e justiça, portanto não existindo privilégios, o processo evolutivo está ao alcance de todos, cabendo a cada um o trabalho necessário, segundo o seu livre arbítrio, isto é, seu desejo de aprimoramento pessoal.

Partindo do princípio que a evolução, que se traduzirá em entendimento e comportamento, é decorrente da decisão pessoal, podemos imaginar que deveria haver algum tipo de mecanismo visando impedir que aqueles que não se esforçam, isto é, não se empenham no aprimoramento não perturbem aqueloutros que trabalham por se melhorarem. Assim sendo, podemos compreender a “lei de afinidade psíquica”, no sentido de que os espíritos se agrupam segundo a coincidência de gostos e de sentimentos, seja uma necessidade para o bom funcionamento do processo evolutivo.

Portanto, os espíritos de um mundo como o nosso, de expiação e provas, aqui encarnam em decorrência desta afinidade. Isto significa que os espíritos deste mundo se encontram sobre a mesma condição apesar das diferenças em gostos, tendências e preferências, todavia estas diferenças se encontram dentro de certos limites.

Portanto, alguma coisa, algum ponto em comum entre todos os espíritos encarnados no nosso planeta e precisamos nos questionar sobre qual seria neste ponto, pois eis a questão que nos mantém ligados.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VII - OS POBRES DE ESPÍRITO, no item 12, encontramos que "“Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas, como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências.”

Desta forma, percebemos que o ponto em comum que une todos os espíritos ligados ao mundo de expiações e provas no planeta Terra é o orgulho, cujo combate somente será efetivo a partir do autoconhecimento que visaria identificar todas as suas formas de expressão.

Agostinho de Hipona, na resposta da questão 919a, esclarece sobre a forma mais eficaz de exercitar o autoconhecimento:


“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.

"Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça"

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SEDE PERFEITOS


28/08/2013

Encontramos n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, mais precisamente no capítulo XVII, as características do que seria considerado como sendo a perfeição. Neste sentido, muito cuidado de interpretação se faz necessário para que possamos compreender o significado do ensinamento de Jesus e as orientações trazidas pelos espíritos responsáveis pela Codificação Kardequiana.

Devemos sempre lembrar que, como espíritas, é a Codificação que deve servir como um norte para o nosso entendimento, por isso, toda e qualquer interpretação deverá sempre estar em acordo com o que é apresentado nesta obra. Obviamente que, conforme o conhecimento e a inteligência humana vão se aprimorando, este entendimento forçosamente também será mais trabalhado, mais complexo, todavia, a razão poderá sempre ponderar sobre a sua validade.

Assim sendo, a razão diz que um espírito da envergadura e conhecimento de Jesus, ciente das dificuldades e limitações da humanidade ligada ao mundo de expiações e provas, não traria qualquer ensinamentos que não fossemos capazes de compreender e, mais ainda, aplicar na vida cotidiana, em exercício constante para o desenvolvimento do espírito. Desta forma, as palavras “Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial” carecem de maiores interpretações.

Como muito bem explicado n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, estas palavras não podem ser interpretadas ao pé da letra, pois apenas Deus é perfeito e os seus filhos não poderão se equiparar a Ele. Portanto, Jesus se refere a perfeição relativa.

Ao relativizar a perfeição, o ensinamento como um todo também deve ser relativizado a nossa condição terrena e não apenas para os espíritos evoluídos comparativamente a nós. Podemos, desta forma, aplicá-lo hoje mesmo e isto que é explicitado no comentário de Kardec ao dizer: “Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade”.

Ao trabalhar na perfeição relativa à nossa condição estaremos nos aproximando do Pai. Obviamente que o termo “aproximando” se trata apenas de uma figura de linguagem, pois denota uma questão espacial, pois, sendo filhos de um Pai bondoso e amoroso, não haveria qualquer distanciamento, mesmo que não o percebamos.

A “perfeição” que é esperada por nós, segundo o ensinamento de Jesus, é: "Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem". Isto pode ser difícil, mas apenas através do exercício e esforço é que atingiremos o objetivo, assim como tudo e qualquer coisa que desejamos alcançar.

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A LEI DOS DESTINOS


16/08/2013

No livro “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, mais precisamente na Segunda Parte - O Problema do Destino, Léon Denis aborda vários tópicos concernentes a questão da reencarnação demonstrando, com isso, que o conceito da reencarnação é um ponto capital da Doutrina Espírita e que, antes de falar no destino propriamente dito, Léon Denis se detém em apresentar as provas disponíveis para a reencarnação.

Ao final desta Segunda Parte, no Capítulo XIX – A Lei dos Destinos, é demonstrado que o destino, na concepção mais ampla que engloba a vida do espírito e não uma encarnação apenas, está atrelado à reencarnação que, por sua vez, está atrelado às Leis. Léon Denis coloca: “Entretanto, levanta-se outra pergunta: quais são as molas secretas por cuja via se exerce a ação da justiça no encadeamento de nossas existências?”

A resposta que vem imediatamente à mente é: A Lei de Deus. Todavia, muitas vezes, no meio espírita, ouvimos falar que quando nos afastamos da Lei de Deus vem o sofrimento e que a Lei de Deus é a Lei do Amor. Diante de afirmações deste tipo, forçosamente surgem as seguintes perguntas:


i. --- Posso me afastar da Lei de Deus?
ii. --- Fico abandonado ou estarei submetido à outra lei?
iii. --- De quem seria esta outra lei? Do demônio?
iv. --- Existe uma “lei do sofrimento” em oposição a “Lei do Amor”?



Verifica-se, portanto, a necessidade do aprimoramento do conceito para a formação de uma ideia sólida e coerente a este respeito e que, muitas vezes, passa despercebido pelo divulgado espírita. É preciso, assim, fazer a distinção entre “lei de amor” ou “lei do bem” e a “Lei de Deus” ou “Lei do Amor de Deus”.

O próprio Léon Denis apresenta um norte para esta questão: “Notemos, primeiramente, que o funcionamento da justiça humana nada nos oferece que se possa comparar com a lei divina dos destinos. Esta se executa por si mesma, sem intervenção alheia, tanto para os indivíduos como para as coletividades. O que chamamos mal, ofensa, traição, homicídio, determina nos culpados um estado de alma que os entrega aos golpes da sorte na medida proporcionada à gravidade de seus atos.”

Pode-se interpretar “golpes da sorte”, uma vez que ela é proporcional à gravidade das faltas, portanto, segue determinadas leis, como não sendo exatamente questão do acaso. Assim, tem-se que:

“LEI DIVINA DOS DESTINOS” = “PROVIDÊNCIA” = “LEI DO BEM” + “LEI DO EQUÍVOCO”

Léon Denis continua a resposta: “Essa lei imutável é, antes de tudo, uma lei de equilíbrio. Estabelece a ordem no mundo moral... Seu mecanismo é, ao mesmo tempo, simples e grande. Todo mal se resgata pela dor. O que o homem faz de acordo com a lei do bem lhe proporciona tranquilidade e contribui para sua elevação; toda violação provoca sofrimento.”

Desta forma, uma abordagem mais acertada seria que: quando nos afastamos da lei do bem, caímos na lei do equívoco e, como consequência, dependendo do equívoco, surge o sofrimento. Vale ressaltar que esta visão estaria relacionada com o que aconteceria em um mundo de expiação e provas.

A “Lei de Deus” ou “Lei Do Amor de Deus” abrangeria todas as leis menores que possa existir no universo conhecido e fora dele, portanto, no Universo. Os espíritos nunca se afastam da Lei de Deus, pois, sendo o Pai amoroso, não abandonaria seus filhos.


--- LEI DO EQUÍVOCO

Qual seria a distinção, se é que existe, entre equívoco e mal?

A resposta para esta questão encontra-se ainda uma vez mais em Léon Denis: “Os nossos atos e pensamentos traduzem-se em movimentos vibratórios e seu foco de emissão, pela repetição frequente dos mesmos atos e pensamentos, transforma-se, pouco a pouco, em poderoso gerador do bem ou do mal.”

A distinção entre o equívoco e o mal estaria na frequência dos atos e/ou pensamentos. Pode-se, então, dizer:


a) O equívoco é decorrente da ignorância;
b) A teimosia transforma o equívoco em mal pela repetição;
c) Surge as consequências, novamente em Léon Denis: “As vibrações de seus atos, de seus pensamentos maus, depois de haverem efetuado sua trajetória, volvem a ele, mais cedo ou mais tarde, oprimem-no e apertam-no na necessidade de reformar-se.”



--- LEI DO BEM

A lei do bem, por sua vez, é similar à lei do equívoco: Os resultados e consequências também dependem da frequência dos atos e/ou pensamentos, pois Léon Denis esclarece: “O Espírito ilumina-se a cada pensamento altruísta, a cada impulso de solidariedade e de amor puro. Se esses pensamentos e atos se repetem, se multiplicam, se acumulam, o homem acha-se como que transformado ao sair de sua existência terrestre; a alma e seu invólucro fluídico terão adquirido um poder de radiação mais intenso.”

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PRECE - Psicofonia


30/07/2013

A Prece a seguir foi proferida ao final do tratamento espiritual no GEDE em 25/06/2013.

Espírito: John
Médium: Claudio C. Conti


Em sua infinita bondade e justiça, Deus, em um determinado momento fez um pedido a Jesus, colocando de uma forma poética, para ele vir até nós há mais de 2000 anos atrás, nos trazendo toda a informação que ainda reverbera nas nossas mentes e nos nossos ouvidos.

Quando Deus fez esse pedido a Jesus, Ele viu neste evento a possibilidade para a nossa transformação.

Sei que muitas vezes, muitos céticos perante esses ensinamentos, creditam isso a certas crendices dos tolos, dos fracos, que precisam ainda de uma imagem e de um ser considerado poderoso para que possam ter forças de seguir a frente.

Mas Jesus em momento algum se colocou como poderoso, em momento algum se colocou como forte, em momento algum se colocou como salvador como muitos o clamam.

Jesus trouxe a seguinte mensagem: Bem aventurados os mansos e pacíficos, porque herdarão a terra e fez dessa bandeira um sinal para a necessidade da mansuetude e, quando nós falamos em mansuetude, não estamos falando apenas da nossa relação para com os outros, mas também, e principalmente, a mansuetude interna, a mansuetude interior a nós mesmos, da nossa relação de nós para conosco. Quando nós alcançarmos essa condição de mansuetude interna, naturalmente nós exerceremos a mansuetude para com os outros.

Então, meus irmãos, Jesus nunca se colocou como salvador de ninguém, muito pelo contrário, ele veio ensinar o caminho para nós podermos receber de Deus tudo aquilo que nos liberte. Jesus veio nos mostrar o caminho, o caminho para nós conseguirmos perceber a ação de Deus em cada um de nós. Que possamos ter isso em mente, que possamos ter em nosso imo a sensação da paz, da harmonia, que só os mansos podem ter.

Então, os mansos herdarão a terra, por que? Não é porque terão o poder, não é porque terão o controle, o domínio sobre os eventos, domínio sobre o bem e o mal; os mansos herdarão a terra porque, mesmo na condição de encarnados, poderão passar por todas essas tribulações em paz, em harmonia, em tranquilidade. Isso é herdar a terra, poder, na condição de encarnado, vivenciar a paz.

E assim meus irmãos, agradecidos pela bondade infinita de Deus e de Jesus que nos auxiliaram e que conduziram todo nosso tratamento espiritual, nós pedimos a permissão para encerrarmos o tratamento de hoje.

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A NECESSIDADE DO ESQUECIMENTO DO PASSADO


15/07/2013

Muitas vezes nos questionamos se não se lembrar das faltas cometidas em outras encarnações realmente é válido. Ao divulgador espírita, invariavelmente, algum iniciante se posiciona sobre o tema, acreditando que seria mais fácil a correção das faltas se soubessem o que deveriam corrigir.

Num primeiro momento pode até parecer que faz todo sentido, pois, pensando linearmente, somente é possível reparar algo caso se saiba o que necessita de correção. Contudo, a questão é muito mais ampla do que inicialmente parece.

Devemos concordar que realmente somente é possível promover algum tipo de reparação caso se saiba o dano causado, todavia, esta abordagem liga apenas cada falta à respectiva reparação. Na condição de encarnados, para as faltas cometidas durante a encarnação, esta abordagem será sempre válida e deverá ser seguida, pois se trata, sem dúvida, de um processo de burilamento e de viver adequadamente em sociedade.

Porém, o que se deve buscar na tranformação pessoal como espírito é um pouco mais complexo, pois o trabalho a ser realizado não será apenas corrigir ou reparar faltas, mas buscar um entendimento adequado e mais amplo para alcaçar o estágio de não mais cometê-las. Para este intento, não há necessidade imprescindível de se saber exatamente ou em detalhes o que se fêz ou deixou de fazer, mas entender as próprias tendências.

Devemos, portanto, corrigir as tendências do espírito de forma mais incisiva para que a transformação pessoal ocorra mais rapida e efetivamente. O processo da reparação pontual será sempre mais lento, especialmente se o indivíduo considerar que basta apenas “reparar”.

No meio espírita existe dificuldades de compreensão, especialmente pela propagação equivocada da terapia de vidas passadas, como se fosse a solução para todos os problemas, contudo, encontramos na Codificação Espírita, mais precisamente n’O Livro dos Espíritos um importante alerta: 385: “Como vedes, os processos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, facilmente se lhes apreende a explicação.”

Na questão 392 d’O Livro dos Espíritos é apresetnado muito calaramente a necessidade do esquecimento, transcrita abaixo, complementado e analisado até a questão 399.



Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro..."



No livro A Gênese é apresentado o longo caminho que o espírito deve percorrer para que o esquecimento aconteça adequadamente e não devemos, pela infantilidade característica de de espíritos ligados a um mundo de expiação e provas, considerar como equivocado ou burlado:



A Gênese - Cap. XI - Encarnação dos espíritos


“20. - ... Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à “proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.

21. - Mas, ao mesmo tempo que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança do seu passado, sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante, do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. Ei-lo, pois, novo homem por mais antigo que seja como Espírito. Adota novos processos, auxiliado pelas suas aquisições precedentes.”

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O ESPÍRITA DEVE ESTUDAR O NOVO TESTAMENTO?


01/07/2013

A questão se o espírita deve ou não se dedicar ao estudo d'O Novo Testamento causa muita consternação e dúvidas. Afinal, muitos creem se tratar da base do Cristianismo.

Sob certo aspecto pode-se considerar que o O Novo Testamento seja realmente a base do Cristianismo, mas também é necessário ter em mente que muita da informação que apresenta em seu texto não representa propriamente os ensinamentos de Jesus. Portanto, o Cristianismo, como entendimento dos homens sobre os ensinamentos de Jesus, não necessariamente representa estes ensinamentos, mas apenas o "entendimento por parte de alguns".

É importante salientar que estes "alguns" mencionados não seriam, para o Espiritismo, necessariamente merecedores de crédito e suas opiniões devem ser consideradas com cautela, haja vista que não se sabe exatamente quem foram e o grau de compreensão e desinteresse pessoal ou de casta que tinham.

O espírita consciente deve ter como referência a obra basilar trazida pelos responsáveis por tão importante tarefa, obra esta codificada pelo representante maior do Espiritismo como encarnado, que foi Allan Kardec.

É na Codificação Kardequiana que o verdadeiro espírita deverá buscar a orientação adequada para a postura correta diante do que muitos podem tentar incutir na mente do incauto, pois "haverá falsos cristos e falsos profetas".

Todos trazem em seu psiquismo as experiências, vivências, alegrias e traumas de outras existências neste planeta, desta forma, trazem consigo uma série de crenças pertencentes a diversas vertentes de pensamento e religiosas que podem se imiscuir sem serem percebidas nas crenças atuais. Especial atenção deve ser dedicada a qualquer movimento de mesclar conceitos antigos com os atuais, pois poderão ser aceitos sem se perceber.

A mistura de conceitos é denominada de "sincretismo".

Com relação especificamente ao O Novo Testamento, encontramos n'O Evangelho Segundo o Espiritismo dois importantes alertas do Codificador:


1) Introdução: “Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável.”

2) “Capítulo XXIII - Estranha Moral: “Escritas depois de sua morte, pois que nenhum dos Evangelhos foi redigido enquanto ele vivia, lícito é acreditar-se que, em casos como este, o fundo do seu pensamento não foi bem expresso, ou, o que não é menos provável, o sentido primitivo, passando de uma língua para outra, há de ter experimentado alguma alteração. Basta que um erro se haja cometido uma vez, para que os copiadores o tenham repetido, como se dá frequentemente com relação aos fatos históricos.”


Fica claro que o estudo da obra “O Novo Testamento” deverá ser feito com cautela, devendo estar particularmente atento para a existência de equívocos e alterações do texto e que, por isso, não representa completamente e em muitos pontos os ensinamentos de Jesus.

Em contrapartida, o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo apresenta os ensinamentos morais de Jesus selecionados pelos responsáveis pela Codificação Espírita e com as explicações por parte daqueles devidamente credenciados para tal tentame. É importante salientar que muitos deles, inclusive, foram, enquanto encarnados, grandes expoentes de outras doutrinas e nem por isso mesclam conceitos.

A versão oficial do Evangelho de Jesus para o espírita deve ser O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Desta forma, o espírita não necessita estudar o O Novo Testamento, a menos que tenha interesse por fatos históricos e forma de pensar de outros povos.

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EQUIVALÊNCIA DE ESPÍRITOS E O MUNDO DE REGENERAÇÃO


17/06/2013

Muito se fala a respeito do momento em que vivemos no planeta, momento de transformação. Muitas das vertentes de pensamento e/ou religiosas creem neste processo e as mais diversas teorias são elaboradas, sendo o fim do mundo a mais comum.

Nós, espíritas, devemos ter em mente que o processo em si não ocorrerá com o planeta, mas com seus habitantes que, como consequência e não como causa, proporcionará a mudança do mundo.

Desta forma fica claro que o tempo necessário para esta transformação dependerá da disposição e do esforço dos próprios espíritos que aqui habitam, podendo, portanto, ser lento ou rápido. No nosso caso específico, ao que parece, o processo está muito devagar, sendo, segundo podemos perceber n'O Evangelho Segundo o Espiritismo, o orgulho e o egoísmo os sentimentos que perduram em nós que contrapõem a evolução.

Não podemos, nem devemos, esperar que seja necessário o completo desaparecimento destas duas chagas citada para a transformação do planeta, pois a condição de regeneração não é caracterizada como sendo um mundo elevado, mas pouco acima da nossa condição atual, expiação e provas.

Contudo, diante de um pequeno exercício mental poderemos conceber o que podemos e devemos fazer para acelerarmos o processo.

Analisando o corpo humano vemos que todas as células trabalham para o bom funcionamento da estrutura da qual fazem parte; analisando o ecossistema também verificamos que todos os integrantes, sejam animais ou vegetais, exercem a função que lhes cabe.

Quando analisamos o mundo com os espíritos na condição hominal que o habitam, podemos comparar com o corpo ou com o ecossistema: se todos os integrantes exercerem o papel que lhes cabe de forma adequada, isto é, seus deveres e funções, toda a estrutura estará funcionando adequadamente, com cada um recebendo, em retorno, o que necessita.

O dever e função dependerão, obviamente, do nível evolutivo individual, todavia, não haveria função mais ou menos importante, haja vista que todas seriam igualmente necessárias. Desta forma, os habitantes do planeta seriam diferentes em nível evolutivo, porém, igualmente importantes e necessários, seriam, portanto, equivalentes.

A felicidade não estaria atrelada a evolução propriamente dita, mas a cada um exercer seu papel adequadamente, garantindo a paz e a harmonia entre todos os seres, com cada um fazendo ao outro o que gostaria que o outro lhe fizesse.

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PASSES NOS CASOS DE DEPRESSÃO


27/05/2013

Os passes são normalmente aplicados nas casas espíritas como dispersão seguido de doação caracterizando um processo de substituição, contudo, nem sempre esta será a melhor opção. Aqueles que atuam nesta atividade devem sempre avaliar os resultados obtidos visando o aprimoramento sendo, portanto, muitas vezes necessário considerar outras possibilidades.

Analisando os livros da Codificação Kardequiana, verificamos que não é apresentada a administração de passes como descrito acima, mas a ação fluídica direta, comumente denominado na época como "magnetização" e os médiuns que hoje são denominados de "passistas" eram chamados de "magnetizadores".

No livro A Gênese, Capítulo XIV, Kardec apresenta em detalhes a ação do pensamento sobre os fluidos. Sob o subtítulo Qualidade dos Fluidos, encontramos as seguintes citações:


17 - Fora impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles.

Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.

18 - O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.


Assim, podemos supor que o indivíduo em estado depressivo manterá uma postura mental com características da monoideia - pensamentos voltados para si e para suas dificuldades. Desta forma, haverá a tendência de reter o fluido e, não apenas isto, mas fluido com qualidade nociva.

Em contrapartida, estes mesmos fluidos exercem ação perniciosa sobre aquele que o entretém, formando um círculo vicioso que precisa ser quebrado.

A solução para esta questão pode ser encontrada no mesmo capítulo do livro supracitado:

21 - Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.


Os médiuns curadores são aqueles que possuem grande capacidade de liberação fluídica com as qualidades adequadas para promover o reverso do processo enfermiço pelo simples toque, contudo são muitos raros, tendo em Jesus sua expressão maior.

Considerando, então, a ação de médiuns não curadores, encontramos n’O Livro dos Médiuns, Parte 2 - Capítulo XIV, que “A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e Metódico” e que “todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir- se convenientemente”.

Portanto, o médium que atua no tratamento espiritual passista poderá usar um procedimento mais adequado para sua capacidade: ação no fluxo de fluido do paciente. Nesta abordagem, o fluido salutar exerce uma “pressão” sobre o malsão, tanto expelindo-o ou mesmo transformando-o segundo a vontade mais ou menos forte do médium.

Novamente no livro A Gênese, Capítulo XIV, Kardec diz que: Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável.



Para saber mais sobre passes: O Passe Espírita e O Passe nos Casos de Tumor

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RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA


14/05/2013

Ao ler as questões 304 e 305 d'O Livro dos Espíritos temos a nítida impressão de que ao adentramos na condição de desencarnados teremos uma visão clara da nossa existência corporal.

Todavia, não é bem isso que observamos nas atividades de tratamento de espíritos desencarnados. Muitas vezes sequer percebem que já não estão mais ligados ao corpo físico.

Não quero dizer com isso que haja alguma coisa de errado na Codificação, muito pelo contrário, queremos apenas salientar o fato de que a Codificação precisa ser interpretada como um todo. Pequenas partes isoladas podem dar uma falsa ideia.

No livro O Céu e o Inferno, segunda parte, cap. IV - ESPÍRITOS SOFREDORES, consta uma dissertação dada pelo espírito Georges sobre a condição dos espíritos sofredores após a desencarnação. O texto diz o seguinte:


"Depois da morte, os Espíritos endurecidos, egoístas e maus são logo presas de uma dúvida cruel a respeito do seu destino, no presente e no futuro. Olham em torno de si e nada veem que possa aproveitar ao exercício da sua maldade - o que os desespera, visto como o insulamento e a inércia são intoleráveis aos maus Espíritos”.


N'O Livro dos Espíritos encontramos a Escala Espírita que, didaticamente, divide os variados níveis de evolução em classes e ordens como apresentado no diagrama a seguir:





Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos


“Propensão para o mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as paixões que lhes são consequentes. Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem. Eles vêem a felicidade dos bons e esse espetáculo lhes faz experimentar todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar. Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corpórea e essa impressão é muitas vezes mais penosa do que a realidade. Sofrem, pois, verdadeiramente, pelos males de que padeceram em vida e pelos que ocasionam aos outros. Como sofrem por longo tempo, julgam que sofrerão para sempre”.


Muitas vezes nós, espíritas, pensamos que, por termos algum conhecimento, estaremos em condições amenas no pós-morte, todavia, temos que repensar nossa situação para não termos uma surpresa.

Monoel Philomeno de Miranda (espírito), pela psicografia de Divaldo Franco, logo no capítulo primeiro do livro Amanhecer de Uma Nova Era, nos alerta para a nossa (espíritas) situação:


“Enquanto não haja uma consciência responsável no trabalhador do Evangelho, que supere o egoísmo e a necessidade de projeção da imagem, a batalha gigantesca prosseguirá”.

“O Cristianismo nascente experienciou a decadência das suas propostas e a adulteração dos seus ensinamentos, permitindo-se vencer pela idolatria e pelos rituais pagãos do passado, embora com denominações diferentes”.

“O Espiritismo, por sua vez, vem sendo sacudido por tormentas internas no movimento, gerando dissensões, filhas diletas da presunção, chegando-se ao ponto de contestar as bases da Codificação, ou apresentando-se falsas técnicas travestidas de científicas, de experiências pessoais, de informações mediúnicas não confirmadas pela universalidade do ensino”.

“Torna-se imprescindível o retorno às fontes evangélicas e às origens do movimento doutrinário totalmente destituídos de autoridades, de especialistas, de detentores de títulos universitários e arrogância intelectual, volvendo-se à simplicidade e ao serviço eminentemente cristão”.


Diante de tão grave alerta, como devemos analisar a grande quantidade de observções que são inseridas nas obras da Codificação? Encontramos vários tipos de enxertia como notas do tradutor, notas do editor e adições das mais variadas.

No livro Médiuns e Mediunidade, ditado pelo espírito Vianna de Carvalho (psicografia de Divaldo Franco), no capítulo 2, o autor expõem sua opinião sobre a obra da Codificação nos seguintes termos:


“Um observador cuidadoso notará, sem dúvida, ao estudar a Codificação Espírita, o perfeito plano da obra, demonstrando, na sua estrutura didática, a excelente realização de Allan Kardec e a completa identificação das mentes espirituais que a planificaram com aquele que a executou”.

“Posteriormente, ao elaborar O Livro dos Médiuns, que é um desdobramento de parte daquela obra (O Livro dos Espíritos), o Codificador examinou a questão de máxima importância, no capítulo primeiro, interrogando se ‘há espíritos’, como natural consequência da existência de Deus”.

“Aprofundando o assunto, prescreveu a necessidade de demonstrar-se antes a existência dos espíritos, a fim de partir-se para o exame das comunicações pelas quais se comprova a realidade dos mesmos”.

“De imediato, preocupou-se em orientar o indivíduo, no sentido de que, antes de tornar-se espiritista, seja espiritualista, isto é, primeiro conceba a existência dos seres espirituais para cuidar, depois das suas comunicações”.


Em outro livro, também sob a psicografia de Divaldo Franco, Manoel Philomeno de Miranda (espírito), em Tormentos da Obsessão, diz: “Nesse nosocômio (Hospital Esperança) encontram-se recolhidos especialmente pacientes que foram espiritistas fracassados.”

Vemos, portanto, que o fato de ser espírita ou apenas o conhecimento do Espiritismo não garante, por si só, uma condição amena no pós-morte. Tal assertiva pode ser confirmada n'O Livro dos Espíritos, questão 165:


O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?

“Influência muito grande, por isso que o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.”

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PRECE - Psicofonia


27/04/2013

A Prece a seguir foi proferida ao final do tratamento espiritual no GEDE em 16/4/2013.

Espírito: John
Médium: Claudio C. Conti


Queridos irmãos, companheiros de jornada, precisamos sempre ter em mente que a nossa existência num mundo de expiações e provas é voltada pro nosso aprimoramento. Nós não estamos aqui de férias, isso não é um Resort, nem um SPA, onde nós passamos os dias no conforto e na opulência. A vida de um espírito encarnado num mundo de expiações e provas é voltada para o aprimoramento, e ninguém se aprimora se não houver as dificuldades, ninguém se aprimora se não surgir os percalços no caminho. Se essas coisas não acontecessem, todos nós iríamos cair na sonolência do hábito voltado sempre para falta de trabalho, para falta de esforço pessoal, para a falta da transformação que tanto necessitamos. Busquemos enxergar esses percalços como necessário a nossa existência, como o ar que nós respiramos.

Os percalços são tão necessários quanto o ar, quanto a alimentação; só que o ar e a alimentação são necessários para a nossa vida como encarnados, enquanto que os percalços são necessários para nossa vida como espíritos. Se nós formos ponderar, justamente, nós podemos dizer que os percalços são muito mais importantes para nós do que o ar e a alimentação.

Vamos ver essas dificuldades como amigos; amigos que estão nos ajudando, ajudando a nossa própria transformação. Lembremos o motivo do porque estamos aqui, lembremos que Deus ampara a todos nós, lembremos que Jesus ampara a todos nós, e lembremos que cada um de vocês tem um espírito para auxilia-los nessa caminhada. Nos dias em que o peso estiver um pouco mais pesado, pense nele, mas principalmente pense em Jesus que disse: Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei, porque é suave o meu jugo e leve o meu fardo. Vamos ficar com as palavras de Jesus na nossa mente em todos os momentos que sentirmos dificuldades, que sentirmos fraqueza, que estivermos fraquejando diante daqueles percalços tão necessários para nossa transformação.

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A NATUREZA HUMANA


17/04/2013

O entendimento comum no meio espírita é de que os espíritos, criados simples e ignorantes, evoluem sim, mas que, para isto, passam pela fieira das paixões ou do mal. Nesta interpretação, o espírito que era inicialmente isento de paixões necessita, para seu aprendizado, desenvolver características negativas para, depois, se aprimorarem. É interessante que, mesmo sem perceberem. É interessante que, mesmo sem percebermos, reforçamos a teoria dos "anjos decaídos".

Contudo, este mesmo entendimento reconhece que as Leis Divinas estão impressas no espírito, conforme afirma O Livro dos Espíritos na questão 621. Portanto, fica a questão: Por que haveria a necessidade de desenvolver características negativas para depois se depurarem se as Leis já estão gravadas no espírito?

Outra abordagem, e muito mais razoável, seria que os espíritos ligados a um mundo de expiações e provas são mais uma exceção do que a regra. Em outras palavras, não haveria necessidade do desenvolvimento das paixões nem, tampouco, de processos expiatórios. O surgimento das paixões seria decorrente de escolhas de uma parcela de espíritos, mas não de todos, e aqueles que não “optaram” por este caminho permaneceriam no processo evolutivo caracterizado por aprendizado, sem provas ou expiações, mas apenas pelo desejo íntimo de trabalharem para a finalidade da criação.

Os espíritos que não se desviaram da finalidade da criação vivem em mundos onde não existe o mal, portanto, mundos felizes em qualquer nível evolutivo.

Na questão 1009 d’O Livro dos Espíritos, em dissertação do espírito que se apresentou como Paulo, apóstolo, encontramos este conceito ao dizer: “Quem é, com efeito, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus-Cristo.”

A seguir estão apresentadas algumas citações d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, que podem servir para maiores esclarecimentos acerca desta questão:

“As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral.”

“Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons.”

“A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus.”

Um ponto que precisamos estar sempre atentos é que a Doutrina Espírita nos moldes que conhecemos foi trazida para espírito em expiação e provas.

Desta forma, podemos compreender porque somos essencialmente bons, mas quando utilizamos nosso livre arbítrio na condução do nosso comportamento nem sempre agimos e pensamos como deveríamos.


Obs. Texto incialmente publicado em 04/03/2013 no site www.espiritismo.net como comentário á notícia "Cientistas investigam a natureza humana e descobrem que somos bons, afinal" publicada na Scientific American Brasil, em 22 de novembro de 2012.

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O ESPÍRITISMO E A PÁSCOA


02/04/2013

Todos os anos, ao se aproximar o dia de Páscoa, sempre me chama a atenção o fato dos espíritas falarem tanto sobre o tema, desejando, invariavelmente, “Feliz Páscoa” aos seus conhecidos e entre os próprios espíritas.

Não ousamos perguntar o significado da Páscoa para os espíritas, pois, considerando o que foi apresentado, podemos supor que seja de relativa importância. Contudo, devemos nos perguntar: Qual o significado da Páscoa para o Espiritismo?

Em toda a Codificação Kardequiana a Páscoa é citada três vezes, a saber:


1) O Evangelho Segundo o Espiritismo: Na Introdução, ao apresentar o significado de várias palavras e definições, esclarecendo sobre o que seria a Sinagoga, diz: “Os judeus, todos os anos, lá iam em peregrinação para as festas principais, como as da Páscoa, da Dedicação e dos Tabernáculos”.

2) A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo: No Capítulo XV, ao tratar dos milagres apresentados no Novo Testamento, discorrendo sobre os prodígios por ocasião da morte de Jesus, diz: “A duração de tal obscuridade teria sido quase a de um eclipse do Sol, mas os eclipses dessa espécie só se produzem na lua nova, e a morte de Jesus ocorreu em fase de lua cheia, a 14 de Nissan, dia da Páscoa dos judeus.”

3) A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo: No Capítulo XV, ao tratar dos milagres apresentados no Novo Testamento, discorrendo sobrea morte e paixão de Jesus, diz: “Ora, tendo concluído todos esses discursos, Jesus disse a seus discípulos: Sabeis que a Páscoa se fará daqui a dois dias e que o Filho do homem será entregue para ser crucificado.”


Percebemos, portanto, que a menção à Páscoa é feita exclusivamente para referenciar a festividade dos judeus, cuja data é relacionada à libertação dos hebreus do cativeiro egípcio e que já existia antes da encarnação de Jesus na Terra.

Como podemos perceber também, no terceiro item acima, a crucificação de Jesus ocorreu perto da festividade judaica e, em decorrência, os cristãos utilizaram esta mesma data para correlacionar com a ressureição de Jesus ao terceiro dia, sendo cercado de significados e práticas religiosas.

O conceito espírita é de que não existe a ressureição. A explicação para o evento em questão pode ser encontrado n’O Livro dos Médiuns como um fenômeno de efeito físico.

O Espiritismo enfatiza Jesus pelos seus ensinamentos e não pelos eventos que são considerados milagres por muitos, sem focar em dias específicos, mas exercitando os conceitos todos os dias do ano. Além de não fazer qualquer tipo de referência a dias específicos do ano como tendo algum significado especial também não aconselha qualquer tipo de prática.

Devemos, como espíritas, primar pela pureza doutrinária, evitando incorporar as crenças e conceitos de religiões ou de outras vertentes de pensamento e filosóficas.

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QUEM É O PRÓXIMO? - A RESPOSTA NÃO É SIMPLES


18/03/2013

O maior ensinamento de Jesus apresenta a Lei Divina em duas regras, se é que podemos denominar de regras, mas diz:


1ª) “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento”;

2ª) “E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”


A questão que fica é: Quem é o próximo?

A pergunta pode parecer trivial, mas não é. A resposta mais utilizada para este questionamento é que todos são nosso próximo. Porém, quando respondemos “todos” estamos incluindo os animais?

Podem dizer que os animais não são espíritos, contudo, n’O Livro dos Espíritos encontramos que ambos promanam da mesma fonte, portanto, apresentam a mesma origem. Importa ressaltar as questões a seguir:


597. Pois que os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria?

“Há e que sobrevive ao corpo.”

a) - Será esse princípio uma alma semelhante à do homem?

“É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.”

598. Após a morte, conserva a alma dos animais a sua individualidade e a consciência de si mesma?

“Conserva sua individualidade; quanto à consciência do seu eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente.”

599. À alma dos animais é dado escolher a espécie de animal em que encarne?

“Não, pois que lhe falta livre-arbítrio.”

606. Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?

“Do elemento inteligente universal.”

a) - Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais?

“Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.”

607. Dissestes que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?

“Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade.”

a) - Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não?

“Já não dissemos que todo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito...


Percebemos que a resposta não é tão simples quanto parece à primeira vista. Mas, mesmo n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, em outro ensinamento de Jesus, fica claro que há a necessidade de interpretação dependendo do aprofundamento que se deseja.

Na passagem em que o “doutor da lei” questiona sobre o próximo, Jesus não responde simplesmente “todos”, mas oferece uma parábola na qual apresenta, resumidamente, um homem caído na rua e passa por ele um sacerdote, um levita e um samaritano que foi o único a socorrê-lo. Então, neste momento Jesus pergunta: Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? E concorda com a resposta que lhe foi dada: “Aquele que usou de misericórdia para com ele.”

Isto nos diz que existe uma hierarquização de relações entre espíritos, sendo que o nosso próximo não é qualquer um ou todos, mas aqueles que agem conosco conforme agiriam consigo mesmos e aqueles para quem agimos como gostaríamos que agissem conosco (Amar ao próximo como a si mesmo).

A relação de “próximo” somente pode existir quando e enquanto estivermos cumprindo a Lei, pois é assim que deve ser.

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PRECE - Psicofonia


07/03/2013

A Prece a seguir foi proferida ao final do tratamento espiritual no GEDE em 05/03/2013.

Espírito: John
Médium: Claudio C. Conti


Sendo Deus a infinita bondade e infinita justiça, Ele nos proporciona meios para evoluirmos. Esses meios, muitas vezes, aos nossos olhos, ao nosso entendimento, não são justos, eles são sofridos e, por isso, nós consideramos, também muitas vezes, se tratar de uma injustiça que nós devemos vivenciar.

Mas nós devemos lembrar que somos espíritos imortais. E, como espíritos imortais nós temos uma longa trajetória como espíritos ao longo da nossa existência.

Qual foi o momento que nós fomos criados? Isso se perde no tempo, há muito tempo. Tanto tempo, que já se perdeu. Então, quando nós olhamos e vemos que o tempo já se perdeu, nós podemos considerar que fomos criados desde a eternidade. Enquanto nós considerarmos que somos espíritos e existimos desde a eternidade, e que o momento da nossa criação se perdeu no tempo e que nós estamos nesse momento num mundo de expiações e provas, então é porque muitas vezes nós cometemos equívocos e esses equívocos perduraram no tempo.

Isso significa que repetimos várias vezes o mesmo equívoco ou equivalente, e hoje, com a Graça de Deus, com a Sua bondade e a Sua justiça, Ele nos proporciona, nos propicia, meios para aprendermos que essas atitudes tomadas ao longo do tempo são atitudes equivocadas. Por que Deus é justo? Porque Ele sempre nos proporciona a possibilidade da renovação.

Então a justiça de Deus, a gente não vai ver sofrimentos, porque os sofrimentos não são trazidos por Deus. Os sofrimentos, somos nós mesmos que geramos, mas a justiça de Deus está na possibilidade da renovação.

Então, quando nós olharmos para dentro de nós mesmos, vamos perceber espíritos com possibilidade de renovação e, portanto, vamos trabalhar para essa renovação, nos tornando espíritos novos, renascidos, olhando pra frente, deslumbrando um futuro bem melhor do que o presente que a gente se encontra hoje.

Então, diante das nossas mazelas, diante das nossas enfermidades, vamos olhar pra frente, vamos olhar para elas e ver a oportunidade que elas signifiam, para que tenhamos um futuro grandioso a nossa frente, de muita paz, de muita harmonia, de muita tranquilidade, de muita fé, esperança e, principalmente, de muita caridade para com aqueles que estão em nosso entorno.

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O ESPÍRITA E O ESCÂNDALO


25/02/2013

Em artigo anterior Espiritismo na Sapucaí tratamos da postura adotada por muitos espíritas quando diante de algo que tenha sido veiculado na mídia.

Muitas vezes, por não sabermos o que seria adequado ou por nos deixar levar pelo comportamento exagerado tão em voga atualmente, adotamos posturas contrárias aos ensinamentos apresentados na Codificação.

Recentemente um representante de outra vertente de pensamento foi entrevistado em programa de televisão no qual apresentou sua opinião sobre um tema específico. Não importa ressaltar aqui qual seria esta vertente nem, tampouco, o tema e o que foi dito, pois viemos tratar da postura espírita.

Vimos, nas redes sociais e por toda a internet, uma enxurrada de comentários desfavoráveis e, como se não bastasse, este comentários apresentavam o link para o vídeo no youtube para que todos pudessem constatar pessoalmente o que se passara.

A manifestação e o número de acessos ao vídeo foi tão grande que teve ampla divulgação, atingindo muita gente que não teria, sequer, tomado conhecimento. Eu mesmo sou um exemplo, pois não assisto ao programa em que a entrevista foi apresentada e recebi vários dos comentários mencionados acima. Portanto, assim como eu não saberia o que ocorreu, muitas outras pessoas também não.

Um ponto importante a considerar é que este alarido pode: a) fortalecer os que pensam igual aquele que foi entrevistado; b) convencer aqueles que não têm opinião formada e; c) mudar a opinião de muitos.

Este seria um bom exemplo do ensinamento de não divulgar o mal que não tenha efeito sobre outros e, quando o fizer, não basta divulgar dizendo que é mal, mas contrapor as ideias.

Estamos, agora, diante de outro fenômeno não menos estranho.

Uma cantora foi hostilizada em redes sociais por se declarar espírita, ela mesma argumentou e, pelo que dizem, já recebeu vários pedidos de desculpas.

Isto não é estranho, o estranho é que agora espíritas divulgam listas de “celebridades” e artistas que se dizem espíritas como se isto avalizasse o Espiritismo, tratando como um modismo e, além disso, não deixam o tempo apagar a lembrança das faltas cometidas.

Apenas para lembrar o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X - Bem-aventurados os que são misericordiosos, item 9:

Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)

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AS VÁRIAS FACES DO AMOR


07/02/2013

É muito comum procurarmos por definições sobre tudo que buscamos entender, todavia, quando se tenta definir algo através de palavras ocorre a limitação do conceito.

Com o amor não poderia ser diferente.

Segundo o Dicionário Michaelis on line a palavra “amor” significa:


1) Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso.
2) Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário.
3) Afeição, grande amizade, ligação espiritual.
4) Objeto dessa afeição.
5) Benevolência, carinho, simpatia.
6) Tendência ou instinto que aproxima os animais para a reprodução.
7) Desejo sexual.
8) Ambição, cobiça: Amor do ganho.
9) Culto, veneração: Amor à legalidade, ao trabalho.
10) Caridade.
11) Coisa ou pessoa bonita, preciosa, bem apresentada.



Vemos, portanto, que algumas questões que necessitam de grande número de definições, que se perdem em si mesmas.

Podemos citar as palavras do monge budista Dalai Lama, líder espiritual e religioso do Tibet no livro O Mundo do Budismo Tibetano: “Minha religião é o amor”. Se tentarmos interpretar o que foi dito baseados nas definições encontradas no dicionário, perceberemos que teremos apenas significados errôneos ou superficiais.

Na tentativa de aprofundar um pouco mais o entendimento sobre esta questão, poderíamos dizer que caso estar ligado a uma religião que prega o amor fosse o mesmo que ter o amor como religião:


1) Não haveria rivalidade entre as diferentes religiões;
2) Todas falariam a mesma língua;
3) Haveria fraternidade numa mesma vertente religiosa;
4) Não haveria guerras, nem corrupção, pois muitos líderes políticos se dizem “religiosos”;
5) Não haveria a tal “incompatibilidade fluídica” no movimento espírita.


O espírito Fénelon, no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 9, aprofunda um pouco mais o conceito, deixando claro a transcendência do amor: “O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado”. Vai, inclusive, mais longe ao trazer o amor como essência em todos ao dizer: “Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los.”

O mesmo espírito, Fénelon, traz as várias faces do amor na Terra e exercitá-las é o que o Espiritismo nos incentiva:


- Caridade; - Humildade; - Paciência; - Devotamento; - Abnegação; - Resignação; - Sacrifício.



No dia 16/02/2013 será realizado um seminário no GEDE sobre este tema. Veja detalhes em www.gede.net.br

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ESPIRITUAL


24/01/2013

Segundo o Portal da Saúde, “o Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90, Leis Orgânicas da Saúde, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto.” (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24627)

Deve ser ressaltado que o acesso ao tratamento de saúde deve ser ofertado com equidade no atendimento às necessidades do cidadão e engloba centros e postos de saúde e hospitais federais, estaduais e municipais.

A saúde da população deve ser considerada como uma só e objetivo final de todos os trabalhadores na área. Por “trabalhadores” devemos entender os profissionais e voluntários. Para os religiosos e espiritualistas em geral também se considera a saúde espiritual.

A maioria dos centros espiritualistas oferece algum tipo de tratamento espiritual, desde práticas mais simples, como a aplicação de passes de harmonização, até os mais complexos, como passes de cura, incorporação e materialização dos mentores espirituais visando o cuidado de pacientes. Contudo, percebemos que não existe a equidade no atendimento.

Quando alguém busca tratamento nestes centros frequentemente são confrontados com algumas dificuldades, tais como: a) somente os frequentadores e integrantes são atendidos; b) necessidade de assistir palestras ou estudos no centro; c) necessidade de assistir palestras durante certo tempo para se eleger ao tratamento; etc.

A explicação para esta necessidade de frequentar o centro onde fará o tratamento, segundo dizem, é devido à “incompatibilidade fluídica”.

Kardec, em O Livro dos Médiuns, apresenta grande variedade de tipos de médiuns e mediunidades, assim como as diversas categorias e espíritos, comprovando que os espíritos desencarnados não são iguais ou equivalentes. Desta forma, as práticas atualmente em voga para o tratamento espiritual limitam o paciente a um único tipo de médium e mentor, o que é equivalente a ser atendido, não importando o problema ou enfermidade, pelo mesmo médico.

Segundo os centros espíritas, que são os mais restritivos, são trabalhadores em “nome de Jesus”. Ficam, então, a seguintes questões:

a) Se todos trabalham sob a orientação de Jesus, como pode haver essa tal “incompatibilidade fluídica”?
b) Recusar atender a alguém que busca auxílio, por qualquer motivo, é atitude de quem trabalha em nome de Jesus?
c) Quem será o “próximo” daquele que não é atendido no centro espírita, mas o será em um centro de Umbanda, por exemplo?


Precisamos desenvolver no movimento espírita o sentimento de que Jesus é um só e todos aqueles que trabalham em seu nome estarão em afinidade no ideal maior de auxílio a quem necessitar e buscar ajuda.

Estejamos certos de que “quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á” (Mateus, cap. VII, vv. 7). Portanto, não sejamos nós a manter a porta fechada, pois outros a abrirão.

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A Imanência de Deus e o Mal


14/01/2013

Um ponto de grande dificuldade de entendimento no meio espírita é a existência do mal. A questão que sempre paira no ar é: Se Deus é infinitamente justo e bom, como pode existir o mal?

Kardec, no livro A Gênese, traz amplas considerações sobre Deus, no capítulo I, e sobre o bem e o mal, no capítulo II. Percebe-se, portanto, que não se trata de uma questão trivial, o que explicaria a dificuldade de entendimento mencionada anteriormente.

No capítulo II d’A Gênese, Kardec inicia dizendo: “Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade, todo justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto. O mal que observamos não pode ter nele a sua origem.”

Todavia, na questão 1 d’O Livro dos Espíritos consta:

1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”

Por “causa primária” não devemos entender como Deus fazendo tudo, pois os espíritos possuem condições de agir por vontade própria, não são como marionetes com todas as ações pré-estabelecidas.

A existência de tudo e todos está condicionada a pré-existência de Deus, dando o início a todo o processo, sendo, portanto, a “causa primária de todas as coisas” – a imanência de Deus se faz presente.

Segundo o Dicionário Michaelis on line, a palavra “imanente” significa: Que está compreendido na própria essência do todo. Portanto, podemos dizer que Deus está compreendido na essência do todo, mas não necessariamente é o único a agir.

No capítulo III d’A Gênese, Kardec encontra-se o seguinte: “Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissenções, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades.”

Vemos, portanto, que a maioria dos males são decorrentes das mazelas humanas e talvez possamos dizer que os outros males existem devido as mesmas mazelas para que sirvam de aprendizado.

Todavia, Deus em sua infinita bondade, através da providência, estabelece que de todo o mal deva necessariamente surgir algo de bom, isto é, nada pode ser exclusivamente mal, caso contrário não poderíamos conceber a manifestação imanente de Deus em tudo. Isto fica claro em parte da resposta à questão 783 d’O Livro dos Espíritos: “Aquele, porém, que eleva o pensamento acima da sua própria personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz sair o bem.”

Desta forma, ao utilizar a inteligência humana para fins nobres, o homem será capaz de muitas coisas, extraindo o bem do mal enquanto este perdurar na face da Terra.

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